Assim como no artigo do mês passado, gostaria de começar o texto com uma pergunta: a sua empresa produz algum tipo de conteúdo que complemente o negócio? Se você está no grupo dos que acreditam que essa prática deve ficar somente com as empresas mais relacionadas à comunicação, por exemplo, é preciso que você repense a sua opinião.
Que as redes sociais fizeram, e fazem, um excelente trabalho para a disseminação de conteúdo não é segredo para mais ninguém. Hoje, qualquer pessoa com um smartphone consegue produzir um vídeo e compartilhar com uma pequena rede de amigos, que, por sua vez, compartilham com suas outras redes de amizades até que milhões de pessoas tenham acesso àquele conteúdo. Esse é o poder da rede.
A chamada “era do conteúdo” abriu campo para que pessoas e empresas produzissem conteúdo e, por isso, se aproximassem cada vez mais uma das outras. Se antes uma empresa tinha um discurso redondo, em que ela emitia uma mensagem que poderia ser por meio de um vídeo institucional, por exemplo, para um determinado público e reproduzia esse discurso por gerações, agora é preciso que ela se adeque à nova lógica.
O mais comum era que todo conteúdo que uma empresa produzisse fosse institucional, ou seja, que falasse apenas do negócio e das boas práticas da companhia. No entanto, essa “era do conteúdo” veio acompanhada da “era do diálogo” e, muito mais do que produzir e reproduzir um discurso pronto, que não entrega proposta de valor, é preciso escutar e entregar algo que seja relevante para a sua audiência.
Produzir um bom conteúdo vai muito além de marketing e branding. Quando relevante, ele entrega valor, cria relacionamento, posiciona a empresa e traz novos negócios. E ao contrário do que você deve estar imaginando, produzir conteúdo por parte das empresas não é algo novo. A Michelin, referência em pneus para automóveis, produz conteúdo desde 1900, com o reconhecido Guia Michelin. Naquela época, poucas pessoas tinham carros e era preciso mostrar valor em se ter um. Por isso, o guia trazia os melhores restaurantes para se visitar, os hotéis para se hospedar e os destinos mais indicados. E a lógica aí era simples: você vai usar seu carro para visitar esses locais, vai gastar os seus pneus e precisará de novos.
A Michelin se posicionou como referência em guias, entregou algo de valor ao usuário e ainda gerou novos negócios por meio de um conteúdo que ela produziu. E o melhor de tudo: ela é uma empresa que vende pneus. Isso comprova que, independente do seu negócio, a produção de conteúdo pode levar, sim, à geração de receita. Um exemplo que sempre gosto de citar é o caso de uma vinícola. Paralelamente às vendas de vinhos, o dono desse negócio pode criar um canal de vídeos com conteúdo especializado na bebida, sobre os vários tipos de uvas, as formas de harmonização e ainda criar um espaço para debates entre os consumidores. Além de incentivar o consumo do produto, que no caso é o vinho, esse canal ainda pode se tornar uma segunda fonte de renda, caso a empresa queira vender esse conteúdo.
O fato é que as empresas que têm se destacado no mercado têm apostado cada vez mais na produção de conteúdo como forma de aumentar o patrimônio intelectual da companhia. Seja para o público externo, como é o caso dos dois exemplos que citei acima, ou até mesmo para o público interno, por meio da produção de conteúdo com foco em treinamentos e desenvolvimento profissional.
Aqui na Samba Tech, por exemplo, nós levamos a produção de conteúdo bem a sério. Primeiro, porque ela faz parte da nossa estratégia de Marketing; segundo que, por meio dele, nos posicionamos cada vez mais como referência no nosso mercado de atuação, que é o de vídeos online; e, por fim, porque usamos nosso conteúdo para alimentar a nossa plataforma de treinamentos usada pelos nossos funcionários.
Se a sua resposta para a pergunta no início do texto foi negativa, espero que a sua opinião tenha mudado durante a leitura. Como disse, estamos na “era do conteúdo” e acredite, um bom conteúdo pode transformar o seu negócio.
Gustavo Caetano é CEO da Samba Tech