A famosa marca espanhola de pirulitos Chupa Chups, do grupo ítalo-holandês Perfetti Van Melle, vai ampliar sua linha de produtos na América Latina através do licenciamento da marca na América Latina. A empresa gaúcha Supermarcas, especializada em licenciamento de marcas
e produtos, acaba de se tornar Master Licenciada para a América Latina. “Não tenho dúvida de que a Chupa Chups será a grande licença do mercado mundial na próxima década”, avaliou Moacir Galbinski, diretor comercial da Supermarcas.

A Chupa Chups completou 50 anos de existência em 2008, fundada por um espanhol que trabalhava em uma empresa que produzia doces em compota e geléias. Hoje a marca é distribuída para 160 países, sendo que 90% de suas vendas são feitas no exterior, onde comercializa aproximadamente 5 bilhões de unidades de seus produtos por ano, o que corresponde a 34% do mercado mundial. Estima-se que um a cada três pirulitos
consumidos no mundo seja Chupa Chups.

Além do mercado de guloseimas, a marca Chupa Chups, desenhada por Salvador Dalí no final dos anos 60, aparece nos mais diversos produtos, desde roupas infantis, linha esportiva, banho, calçados, óculos, capacetes para motociclismo e bicicross, além de perfumes e
brinquedos.

“A marca reúne três requisitos importantes para ser licenciada: tem alta notoriedade, tem personalidade forte e é uma love brand, ou seja, conecta-se com o público em nível emocional”, argumentou Marta Ballesteros, diretora da divisão de licenciamento da marca. “É uma marca com alto estilo de vida”, complementou.

Na opinião dela, o mercado de licenciamento de marcas é um caminho importante, porque é muito caro lançar uma marca nova, enquanto que o licenciamento é bom para os dois lados, tanto para a empresa que quer lançar uma linha no mercado com conceito quanto para a proprietária da marca. “O licenciamento de marcas vai ser cada vez mais importante num mundo globalizado, porque é muito importante a diferenciação das marcas”, comentou.

A Chupa Chups ganhará uma ampla linha de produtos na América Latina a começar pelo Brasil. Num primeiro momento, já em 2009, será lançada uma linha têxtil para crianças e jovens, acessórios de moda e calçados. Num segundo momento, a linha deve ser estendida para papelaria e óculos. As campanhas publicitárias serão desenvolvidas pelos próprios licenciados.

“No Brasil já temos oito grandes empresas, de diferentes ramos, interessadas em produzir com a marca. Além disso, nos demais países da América Latina, como México, Argentina e Chile, temos diversas propostas de grandes conglomerados”, reforçou o advogado Nilton Maciel Carvalho, também diretor da empresa gaúcha.

A crise mundial não vai alterar os planos do grupo. De acordo com Marta, o grupo não está sendo afetado pela crise. Como está espalhado pelo mundo todo, em alguns mercados onde houve queda do consumo, como Europa e Estados Unidos, tem compensação em outros mercados emergentes como a Ásia, que cresce muito.

A diretora acredita que o Brasil tem muito potencial para a marca. “Vai ter grande repercussão”.

por Ana Paula Jung