O LinkedIn se transformou em algo que vai além de um mero currículo ou página com histórico profissional. Os perfis na rede se transformaram em espelhos das empresas. As páginas pessoais viraram extensão do próprio marketing das companhias e já há estratégias focadas direta e indiretamente na rede.

O case de Méqui este ano é emblemático. Alguns colaboradores – principalmente da comunicação – adicionaram aos seus nomes o sobrenome “Do Méqui”.

“Para essa campanha específica, em que mudamos algumas fachadas de nossos restaurantes, pedimos para que os clientes e funcionários entrassem na brincadeira e também falassem qual apelido carinhoso usam para falar da marca. Deu tão certo, que nossos colaboradores se engajaram e mudaram também seus perfis, de maneira espontânea”, explica João Branco, chief marketing officer do McDonald’s Brasil.

João Branco, CMO do Méqui (Divulgação)

Se antes era importante dar media training, hoje muitas empresas apostam no “social training”. No McDonald’s, há uma cartilha que traz orientações aos funcionários para entenderem sua relevância no mundo online e os cuidados necessários com a exposição de algumas informações. “Esse material orienta cada um deles, mas a atuação nas mídias é de responsabilidade de cada funcionário”, esclarece o CMO.

Hoje, a velha máxima que diz que é preciso vestir a camisa da empresa parece se encaixar perfeitamente no LinkedIn. “Não só vestir a camisa. No Méqui, dizemos que temos ketchup na veia! E sentimos isso não só ‘no mundo offline’, mas também no online, quando vemos nossos funcionários postando suas histórias, compartilhando suas experiências com a marca nas redes sociais e comentando nos posts. Importante destacar, novamente, que disponibilizamos um material com orientações para que a postura de cada funcionário seja a mais enriquecedora possível nas redes sociais, mas a atuação nesses espaços é de responsabilidade de cada um”, comenta o executivo.

O CMO afirma que o LinkedIn, especificamente, tem sido um forte aliado, principalmente, para os assuntos corporativos. “Eu, pessoalmente, tenho usado o canal como uma excelente plataforma de diálogo com quem quer saber mais sobre o que temos feito na área de marketing, sejam parceiros da marca, estudantes da área ou pessoas que querem saber um pouco mais do nosso institucional”, diz.

Obviamente, é preciso cautela. “É muito importante entender o ambiente digital e usá-lo da melhor forma, ter cuidado com as fake news e os boatos que aparecem nas redes. Esse é o principal cuidado que recomendaria”, afirma.

Dicas do LinkedIn

Segundo Erica Firmo, gerente de comunicação do LinkedIn para a América Latina e Espanha, a primeira dica para ter um perfil de sucesso é ter as informações básicas preenchidas, como localização, cargo, experiência anterior, habilidades, título foto e um resumo sobre quem é você, seus objetivos e trajetória profissional. Esse resumo deve ter no máximo três parágrafos e conter suas conquistas e habilidades, pois é a primeira coisa que os recrutadores olham em um perfil. Ele também precisa conter as palavras-chave que te ajudariam a ser encontrado por pessoas ou empresas.

“Inclua também trabalhos voluntários, intercâmbios, trajetórias acadêmicas, idiomas e certificados. O usuário ainda pode compartilhar anexos e links como portfólio, trabalhos da universidade em que recebeu uma boa avaliação, conteúdos que produziu, ou algum projeto paralelo”, aponta.

Erica Firmo, gerente de comunicação do LinkedIn para a América Latina e Espanha (Reprodução/LinkedIn)

No caso de muitas experiências, pense na lógica do triângulo invertido. Uma experiência recente será sempre mais relevante para o recrutador do que algo há 10 anos. Por isso, os cargos mais recentes devem ser mais detalhados e os mais antigos, não precisam conter tantas informações.

“Depois de um bom perfil construído, conecte-se com quem você conhece. Comece com amigos, família, professores, colegas de sala, orientadores e mentores, eles podem gostar do seu perfil e indicá-lo(a) para oportunidades, networking, projetos ou parcerias. Lembre-se de que o LinkedIn é uma rede qualitativa e não quantitativa, logo, se você adicionar diversas pessoas que não são da sua área ou que não conhece, há uma grande chance do seu feed de atualizações mostrar publicações que não são relevantes”, ensina.

Algo indispensável para obter sucesso é produzir conteúdos sobre sua área de conhecimento ou emitir suas opiniões por meio de artigos, posts, fotos e vídeos. “O usuário ativo na rede social tem a chance de chegar a um número enorme de pessoas e criar uma comunidade em torno da sua marca profissional. Afinal, quem não é visto, não é lembrado”, afirma Erica.

Com a popularização dos perfis – enaltecidos até mesmo pelo próprio LinkedIn por meio da escolha dos Top Voices -, o que é mais importante: as LinkedIn Pages ou perfis bem trabalhados? “Os dois se complementam, na verdade. Da mesma forma que não adianta um executivo de uma multinacional ser super vocal e a página da empresa estar abandonada, não adianta ter uma LinkedIn Page super completa e atualizada e não ter aderência entre os funcionários e liderança. Em alguns casos, o marketing ou área de recursos humanos da empresa prefere começar a sua presença digital focando primeiro em um. Isso não é errado, mas o intervalo entre cada estratégia não pode ser demorado, uma vez que o usuário – seja ele um talento, cliente, funcionário ou parceiro – navega na internet hoje esperando encontrar o máximo de informações possíveis, especialmente nos canais oficiais da fonte”, explica a gerente.

Ajuda oficial

A plataforma também oferece opções para auxiliar as empresas. Conforme relata Erica, os perfis humanizam mais a marca. “Nesse sentido, é claro que alguns cuidados são precisos para que não haja disseminação de mensagens errôneas”, alerta. “Temos um ferramenta chamada LinkedIn Elevate e pode ajudar a reduzir esse risco, já que ela sugere aos funcionários conteúdos que passaram por uma pré-curadoria”, exemplifica.

Segundo a executiva, a missão do LinkedIn é conectar os profissionais do mundo para torná-los mais produtivos e bem-sucedidos. “Para tanto, uma de nossas divisões de negócios é o LinkedIn Learning, focado em aprendizagem”, conta. O LinkedIn Learning é uma plataforma online com mais de 15 mil cursos disponíveis. “Temos visto um movimento cada vez mais presente nas empresas em oferecer treinamentos não só para seus funcionários terem conhecimentos sobre a atuação da empresa, mas também serem melhores profissionais, por isso, além do Learning para usuários finais, oferecemos treinamentos customizados para empresas, que são fechados para colaboradores. Já temos cerca de 12 mil clientes corporativos no mundo inteiro”, revela.

“Se a sua empresa e lideranças não estão no LinkedIn, a hora de começar é agora. As empresas que são engajadas nas redes sociais têm 40% mais de probabilidade de serem vistas como mais competitivas em relação à sua concorrência que não está nessas plataformas. Elas também têm 58% mais probabilidade de atrair os melhores talentos em comparação com aquelas que não estão envolvido nas mídias sociais”, finaliza Erica.