A 9ª pesquisa Perspectivas, realizada pela Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento) em parceria com a Kantar TNS, aponta que aumentou o número de brasileiros com as contas em dia e a disposição de tomar crédito para financiar automóveis e imóveis. O estudo, trimestral, compreende o período de abril a junho de 2017 e ouviu mil pessoas em todas as regiões.
Nos três últimos levantamentos, o índice de quem está com as contas em dia ficou acima dos 30%, algo positivo em comparação ao período de abril de 2015 a junho de 2016. Além disso, entre abril e junho de 2017, a disposição para tomada de crédito subiu de 13% para 20%, especialmente para financiar automóveis (31% para 37%) e imóvel (27% para 36%). “Isso significa, felizmente, que a economia está em melhores condições, com cenário positivo no longo prazo”, afirma Hilgo Gonçalves, presidente da Acrefi.
O estudo aponta que a avaliação da situação do Brasil, que em 2016 mostrava sinais de melhora, é considerada ruim ou péssima por 80% dos entrevistados. No entanto, a estabilidade financeira pessoal teve ligeira melhora, de 36% para 38%. O brasileiro ainda está inseguro sobre a conjuntura do país, mas identifica uma melhora no ânimo da população relacionado aos investimentos e às contas pessoais: 47% acreditam na retomada da economia a partir de 2018, 47% disseram não saber e 6% confiam que a situação no país pode melhorar ainda no segundo semestre deste ano.
“Esse dado está alinhado com nossa percepção positiva sobre o futuro do país. Não podemos ignorar a preocupação natural das pessoas com a atual situação do Brasil. Há muito a ser feito e outras tantas coisas já foram realizadas. Precisamos trabalhar tendo como estímulo e inspiração a imagem da metade cheia do copo”, ressalta.
A expectativa de que a situação do Brasil vai melhorar é maior entre os homens, nas faixas entre 35-45 anos e 46-55 anos, enquanto a de que vai piorar é maior entre as mulheres, na faixa entre 56-65 anos. Outro dado do documento mostra que a percepção de estabilidade no consumo das famílias subiu de 26%, em abril, para 30%, em junho.
Valkiria Garre, CEO da Kantar TNS, pontua que a percepção de um pouco mais de tranquilidade em relação à situação pessoal do consumidor significa que a sensação de queda parece, momentaneamente, estancada. “Mas as pessoas continuam economizando, cortando gastos supérfluos, pois o cenário ainda é de muita incerteza”.