Acaba de ser finalizada a terceira etapa da pesquisa trimestral da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento) em conjunto com a TNS Brasil, empresa global de pesquisa de mercado, que aponta as impressões do consumidor brasileiro em relação ao mercado. Segundo dados coletados e apresentados nesta semana, 84% dos brasileiros planejam economizar mais este ano, o que seria reflexo da mudança de um padrão de consumo e descrença no atual governo.

Foram ouvidas mais de mil pessoas de todas as regiões do país, com idade entre 18 e 65 anos, sendo 54% mulheres e 46% homens. A grande maioria dos entrevistados, mais de 90%, disse que a inflação impacta na decisão quanto a novos financiamentos e que, por isso, já estão mudando seus padrões de consumo. O lazer foi a área que mais teve impacto para 83% dos entrevistados, seguido de vestuário (77%), alimentação (76%), transporte (46%), saúde (40%), educação (35%) e outros (2%).

O desemprego continua sendo fator que diminui o otimismo do consumidor – para 86% dos entrevistados, o número de pessoas desempregadas vai aumentar nos próximos meses. Quanto à manutenção do emprego, 38% dos entrevistados disseram estar seguros quanto à sua permanência; 27% disseram que não se sentem seguros e 36% revelaram que não estão empregados.

Para 71% das pessoas ouvidas, a situação financeira do país é ruim ou péssima – em abril, a mesma pesquisa mostrava índice de insatisfação na casa dos 60%. Em relação à expectativa de melhora na situação econômica do País, 33% dos consumidores disseram não saber quando essa melhora virá, apenas 5% acredita em uma melhora a partir do segundo semestre deste ano, 32% espera uma melhora a partir de 2016 e 17% acredita que só sentirá melhora em 2018.

Dívida

A pesquisa apontou ainda alta de 84% ante 76% – dado da segunda fase da pesquisa, feita em abril – na intenção de evitar qualquer tipo de financiamento em 2015.  Entretanto, a aquisição de móveis aparece nos planos de 49% dos entrevistados; de carros para 50% e de eletrodomésticos para 20%. Para adquirir tais bens, 35% dos entrevistados buscariam como forma de financiamento o crédito automotivo, 28% optariam pelo imobiliário, 34% pelo crédito direto ao consumidor (CDC) e 23% pelo consignado.

O levantamento constatou também alta na proporção de consumidores com algum tipo de dívida, 68% frente a 62% em abril.  Para a pequisa, 75% das pessoas declararam ter dívida de cartão de crédito, 29% de carnê/boleto, 21% de financiamento de carro, 18% de financiamento imobiliário, 15% de CDC, 3% de leasing e 3% declaram ter outros tipos de dívidas.