Com a evolução da ferramenta, player do mercado como Cielo e PayPal expandem portfólio de soluções e atualizam suas comunicações
Dinheiro físico, boleto, cheque, TED, cartões de débito e crédito — inclusive por aproximação ou em carteiras digitais — continuam sendo os meios mais comuns de pagamento. Há poucos anos, mais precisamente em 2020, os cartões de débito, crédito e pré-pago eram os mais utilizados, segundo o Banco Central. Esse cenário, no entanto, começou a se transformar com o lançamento do Pix, em 16 de novembro de 2020.
Para desenhar o panorama, no primeiro período registrado do Pix, entre o lançamento e 30 de setembro de 2022, foram realizadas 26 bilhões de transações, movimentando R$ 12,9 trilhões. Já em janeiro de 2021, o número de operações ultrapassou as transferências via TED; dois meses depois, superou os boletos e, em maio, ultrapassou a soma de todos eles. Os dados são da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Essa curva de adoção acelerada marcou o início de uma nova era para os meios de pagamento no país. Uma virada que consolidou o Pix como protagonista do sistema financeiro brasileiro e abriu caminho para uma série de inovações que hoje moldam o comportamento do consumidor e das empresas.
| MEIO | 2022 | 2023 | 2024 |
|---|---|---|---|
| Pix | 24,1 bi | 41,9 bi | 63,8 bi |
| Cartões de crédito | 18,2 bi | 17,7 bi | 19,8 bi |
| Cartões de débito | 15,6 bi | 16,3 bi | 16,7 bi |
| Boleto | 4,03 bi | 4,1 bi | 4,2 bi |
| TED | 1,01 bi | 892 mi | 821 mi |
| Cheque | 202,8 mi | 195 mi | 125 mi |
| DOC | 59 mi | Descontinuado em fev/24 |
Em 2024, o Pix registrou um aumento de 52% no número de transações em relação a 2023, totalizando 63,8 bilhões de operações ante 41,9 bilhões do ano anterior, ainda segundo a Febraban. No recorte populacional, 63% dos brasileiros usaram o Pix ao menos uma vez por mês, de acordo com o levantamento ‘Geografia do Pix’, realizado pelo Centro de Estudos de Microfinanças e Inclusão Financeira da Fundação Getulio Vargas. A rápida adesão é confirmada por pesquisa da Mastercard, divulgada em março de 2024, segundo a qual 89% dos brasileiros afirmaram estar abertos a experimentar novos métodos de pagamento eletrônico, com preferência por soluções que envolvam cartões.
Para Thalita Martorelli, diretora de marketing da Cielo, a consolidação do Pix se explica principalmente por dois fatores: liquidez imediata e aceleração na digitalização. “Uma pesquisa interna junto a varejistas mostra que o Pix se consolidou como uma das principais formas de pagamento no varejo brasileiro: em vendas presenciais, está empatado com cartão de crédito como meio de pagamento mais utilizado. Também, para compras até R$ 30, o Pix aparece em 61% das vezes; para compras entre R$ 30 e R$ 100, ele permanece como preferido e a partir de R$ 100 o cartão de crédito domina com 72% das operações. Esses dados mostram que o empreendedor passou a viver em um contexto muito diferente.”
Ela explica que o Pix disponível 24 horas por dia e sete dias por semana transforma a gestão do caixa. “Não há mais a espera dos dois ou três dias úteis, ou mesmo das várias semanas de parcelas típicas no crédito. Tornou-se comum ver comerciantes exibindo QR codes para pagamento, usando aplicativos de conciliação automática, compartilhando links de pagamento por WhatsApp ou redes sociais e integrando o Pix diretamente à maquininha ou ao celular.”
Entre os grandes bancos, o Itaú tem se posicionado como um dos principais agentes da evolução do sistema. Mario Miguel, diretor de pagamentos para pessoa física do banco, destaca que a nova campanha ‘Pix com i de Itaú’, criada pela Africa Creative, amplia a percepção do Pix como uma inteligência de pagamento. “Apostamos em uma abordagem multicanal e culturalmente conectada, com personagens como Odete Roitman, interpretada por Débora Bloch na novela ‘Vale Tudo’, e Adênia, criada por Mathoso Santana, que ajudam a traduzir de forma leve e próxima como o Pix pode estar presente em diferentes momentos da vida dos clientes.”
Leia a matéria completa na edição do propmark de 27 de outubro de 2025
(Crédito da foto: Freepik)