Samuel Artmann, ceo da Guiato Brasil
Um shopping na palma da mão. A explosão do universo mobile no Brasil permite uma série de iniciativas novas aproveitando as facilidades proporcionadas por smartphones e tablets. Uma destas iniciativas é a Guiato, plataforma digital voltada para o varejo que funciona como um guia de ofertas próximas ao usuário, aproveitando as facilidades da geolocalização.

No Brasil desde julho, a companhia surgiu de uma aliança entre o Bonial Group, que possui outros quatro negócios nos mesmos moldes em outros países (kaufDA, na Alemanha, Bonial, na França, Lokata, na Rússia, e Ofertia, na Espanha), com investidores brasileiros ligados ao e-commerce. Em alguns meses em solo nacional, alcançou uma expressiva base de adeptos, figurando no Top 10 de aplicativos mais baixados na plataforma iOS. 

A ideia de abrir um negócio no país veio após uma reunião da cúpula do Bonial Group, que decidiu que uma investida em dois países do Bric, Brasil e Rússia, no caso, seria mais vantajosa até que a opção por mercados com maior consolidação mobile, como Estados Unidos e Japão. 

O germânico Max Biller, COO global do Bonial Grupo, justificou a escolha pelo bom momento econômico e sociopolítico que vive o país, que conta com uma população com atributos únicos e uma expansão notável no universo móvel. “O Brasil ainda não tem tanta penetração de aparelhos de smartphone, mas o volume está crescendo muito rápido. Além disso, o uso de aplicativos pelos brasileiros é muito maior que os outros países”, diz o executivo, que se junta ao movimento dos que apontam a nação como “hot spot” nos negócios.

CPC

O número de usuários é primordial no modelo comercial da Guiato. A empresa ganha por desempenho, em um modelo de negócio próximo ao CPC (cost per click). O anunciante só paga se o consumidor entrar de fato no conteúdo do cliente. Entretanto, não existe uma ferramenta de vendas online, mas sim uma indicação de estabelecimentos e PDVs. “Tentamos levar a oferta online para a compra offline”, ressalta Samuel Artmann, CEO da Guiato no Brasil, que diz que o foco da companhia são as grandes varejistas. 

Em termos básicos, a Guiato pega um folheto de seu cliente, trabalha em cima de tags e palavras-chave para que o conteúdo dentro deste folheto possa ser buscado e selecionado por um potencial consumidor e disponibiliza esse conteúdo na rede, ofertando-o aos usuários, que podem escolher a geolocalização ou certa localidade como ponto-chave para iniciarem suas compras, ou mesmo pesquisarem por categorias e produtos e receber a contrapartida das empresas mais próximas ou com melhor preço a seu redor. 

“A estratégia funciona como se entregássemos um folheto, mas  entregamos o conteúdo do cliente muito mais longe, por muito mais tempo e sem o desperdício que outra mídia pode ter. Entregamos a mensagem diretamente ao cliente que está querendo consumir”, explica Artmann, citando um dos conceitos cada vez mais presentes na publicidade digital e mobile. “Em vez de empurrar a mensagem para o consumidor, você inverte essa lógica, o usuário que busca a oferta ou o produto que está interessado e você mostra a ele as alternativas que ele tem próximas de onde ele está”, diz.

Artmann compara a Guiato a um shopping center, mas com a facilidade do universo mobile. “É como se fosse um shopping center virtual. As pessoas vão ao shopping não apenas por uma loja, mas por um conjunto de grandes marcas e lojas. Você pode só ‘passear’ na Guiato, mas pode também ir com um interesse específico para achar o lugar onde vai fazer uma compra”, afirma o CEO, considerando também que uma série de marcas juntas é mais relevante e atrativa ao usuário que uma só, isolada. 

A divulgação da empresa, que segundo Biller, não descarta nenhuma possibilidade de ser vendida para grandes redes ou grupos, é majoritariamente em regime B2B, uma vez que já há a demanda por parte do usuário. “A Guiato é uma plataforma, não precisamos posicionar a marca para os consumidores, pois somos relevantes para ele. Temos que ser um lugar neutro e usável para as marcas se posicionarem. Hoje, o público não está buscando a Guiato, mas sim as informações e o conteúdo que fornecemos”, encerra Artmann.