De olho em pequenos e médios editores que desejam atrair publicidade para suas revistas em tablets e smartphones, a empresa Magtab irá lançar, em setembro, a plataforma AdMag, uma rede voltada à distribuição de anúncios para publicações no ambiente mobile. O sistema é de autogerenciamento: além do planejamento das ações, as agências podem colocar campanhas no ar com a plataforma de publicação, segmentar a ação, mensurar resultados em tempo real e fazer alterações quando necessário. Já os editores podem acompanhar o número de downloads e a audiência dos títulos.
Essa é a primeira plataforma no país que atua com distribuição de anúncios para revistas digitais. “Somos uma rede de publicidade, operando com a mesma lógica de um webserver (servidor de publicidade na internet)”, explica Daniela Mozer, diretora executiva da AdMag. Segundo ela, enquanto grandes editoras têm sua própria rede para veiculação de anúncios no mobile, a plataforma é uma alternativa para empresas de títulos com tiragem menor, que possuem departamentos comerciais enxutos e têm dificuldade em montar um plano para suas revistas digitais.
“Temos editoras long tail (estratégia de varejo de vender grande variedade de itens onde cada um vende pequenas quantidades) que têm dificuldade em atender agências digitais, com equipe comercial focada nos anunciantes para sua versão impressa”, afirma a executiva, que antes de entrar para a Magtab foi gestora de estratégias digitais da Rolling Stone Brasil e executiva de mídias digitais de O Estado de S.Paulo.
A um mês do lançamento, a empresa tem 230 revistas em seu inventário, três parceiros anunciantes — Tecnisa, Pão de Açúcar e Mercedes-Benz — e registra 130 mil downloads mensalmente. A projeção da empresa é dobrar o número de títulos até o final do ano e chegar a um milhão de downloads por mês até dezembro de 2013. “Esse número reflete o trabalho que estamos fazendo com editores”, diz a executiva. A meta é alcançar R$ 5 milhões em faturamento nos próximos 12 meses.
A criação da plataforma foi uma resposta ao “aumento irreversível” da leitura em tablets, afirma Daniela. Foi idealizada com base no conceito Lean Back 2.0, cunhado pela britânica The Economist. Segundo a publicação, o tablet está reconstruindo a forma de ler. A revista, editada em Londres desde 1843, aponta que a era impressa criou uma experiência de leitura solitária, “um ritual prazeroso”, enquanto a internet introduziu a experiência ativa de leitores abraçarem a informação a partir de múltiplas plataformas, “ativamente buscando e compartilhando conteúdo”. “Tablets e eReaders estão construindo uma profunda transformação em nosso relacionamento com conteúdo”, diz em seu site dedicado a estudar o fenômeno Lean Back.
Mesmo com baixa penetração de tablets, o Brasil não fica de fora dessa tendência. A previsão é que sejam vendidos 2,5 milhões de unidades no Brasil em 2012, aponta relatório da consultoria em tecnologia IDC, divulgado em junho. “Somos um facilitador, uma grande gráfica digital. Estamos auxiliando as editoras a marcar presença nos dispositivos móveis”, reforça Daniela.