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Como parte de uma reformulação que tem previsão de chegar às bancas nos Estados Unidos em março, a “Playboy” americana não terá mais mulheres nuas nas páginas – a revista continuará apenas mostrando mulheres em poses provocantes. A mais famosa revista pornográfica do mundo tomou essa medida devido à concorrência dos sites pornográficos. Segundo executivos da publicação, “agora as pessoas estão a um clique de qualquer ato sexual concebível, e de graça. Ou seja, a coisa se tornou obsoleta”.

A circulação da “Playboy” caiu de 5,6 milhões de exemplares em 1975 para aproximadamente 800 mil atualmente. Para fazer frente à concorrência da pornografia digital, a revista já passou por outras reformulações, como em agosto de 2014 quando o site da publicação deixou de publicar fotos de nudez e viu sua audiência multiplicar. O resultado, segundo a empresa de mídia, e que o tráfego do site passou de quatro milhões para quase 16 milhões de visitantes únicos por mês.

A “Playboy” americana diz que adotará estilo mais moderno e enxuto e manterá a tradição do jornalismo investigativo, com a publicação de longas entrevistas. No Brasil, é a Editora Abril que edita a “Playboy”. A informação é de que cada país terá autonomia para decidir se segue a revista americana ou se continua com a publicação de imagens de mulheres nuas.

O que acontecerá no Brasil?

Em contato com o propmark, o diretor de redação da Playboy Brasil, Sergio Xavier, afirma que a decisão da matriz norte-americana não impõe um alinhamento para as revistas da marca em todos os países. “Recebemos hoje a orientação oficial dos americanos. E a decisão de seguir ou não a nova direção é de cada mercado. Posso garantir que este ano não sai uma decisão nossa. Vamos pensar bastante e esperar a repercussão americana para ter elementos mais claros na hora de decidir”, diz.

“A Playboy, mais do que uma “revista de nu”, é uma publicação que discute o comportamento masculino. Fala de moda, bebidas, viagens e tem nas entrevistas longas e profundas uma marca importante. Playboy, nos Estados Unidos e no Brasil, sempre discutiu direitos civis, racismo, liberdade. Isso não mudou nem mudará. A questão do nu, porém, precisa ser melhor pensada. Mas precisaremos pensar no ‘como fazer a transição’. Teremos muito o que pensar e debater, posso te garantir que agora não há nada decidido”, completa o diretor de redação da Playboy Brasil.