A internet não está sabendo lidar com o lançamento do Pokémon GO. O game, que é o assunto mais comentado do momento, virou febre nos Estados Unidos, causando tumulto até no famoso Central Park, em Nova York, por reunir muitas pessoas à procura de um Pokémon. Além disso, já foi mais baixado do que o Tinder, segundo a empresa de monitoramento SimilarWeb, e está fazendo o maior sucesso porque é um jogo de realidade aumentada.

Usando os smartphones, o jogo integra o mundo virtual e o mundo real por meio do GPS, em que os jogadores caçam os pequenos monstros pela cidade. O sucesso vem da mistura do virtual com a realidade, pois pela tela do smartphone é possível ver o mundo real, mas com um Pokémon prestes a ser capturado.

Entenda como o game funciona:

A popularidade se deve também, explica Bruno Silva, editor de games da plataforma Omelete, ao fato do jogo mexer com uma fantasia há muito tempo adormecida no inconsciente coletivo de uma geração, que cresceu jogando e assistindo Pokémon na infância e que agora pode ser um treinador de  monstrinhos no mundo real.

“O ponto principal é a nostalgia. O funcionamento do jogo em si é um tanto simples e o que se pode fazer dentro dele (capturar Pokémons, batalhar e coletar itens) não tem nenhuma complexidade. A sua ideia primordial, no entanto, é capturar Pokémons no mundo real, mexendo com a fantasia que existiu na cabeça de qualquer fã do jogo ou do anime. Pokémon GO conseguiu captar a atenção tanto de quem acompanha a franquia quanto quem tem uma relação saudosa com ela”, analisa Silva.

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Os que eram fãs de games no final da década de 90 provavelmente acompanharam e participaram do sucesso conquistado por Pokémon. O game cheio de criaturas que eram capturadas por treinadores com ‘Pokebolas’ dominaram os ícones de uma geração vidrada no game japonês que conquistou o mundo.

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Pokémon começou como um jogo de Game Boy, desenvolvido pela Game Freak e publicado pela Nintendo. Atualmente, a franquia envolve os jogos, cartas colecionáveis, série de desenhos animados para a TV, além de filmes, mangás e brinquedos. 

Durante o Super Bowl 2016, Pokémon apresentou um anúncio comemorativo de 20 anos. A marca também criou um site e divulgou a estreia da 19ª temporada nos Estados Unidos, que aconteceu em fevereiro deste ano.

A Nintendo lançou o game no último dia 05 de julho e o aplicativo se espalhou, com pessoas capturando os monstros pelas ruas. Nesta semana,  a Nitendo viu sua marca chegar a valer US$ 39,88 bilhões na bolsa de Tóquio, superando os US$ 38,38 da Sony.

Silva comenta que há muito tempo o mercado especula a entrada da Nintendo no mercado de jogos para celular com suas propriedades mais populares, como Pokémon. “O lançamento de Pokémon GO é uma mostra do potencial das marcas da empresa e, por isso, ela acabou se valorizando tão rápido”. A Nintendo também tem títulos como Super Mario e Star Fox, que ficaram famosos nos consoles.

Recentemente, um estudo realizado pelo Facebook e pela TNS mostrou que o crescimento do uso de dispositivos móveis muda a forma como as pessoas jogam no Brasil e no mundo. A pesquisa ainda mostra que a tecnologia mobile está redesenhando o futuro do setor de games. A expectativa é que neste ano, pela primeira vez, o faturamento vindo de jogos mobile seja maior do que o montante registrado no segmento de títulos para PCs.

O mercado de jogos para celulares, no entanto, já está mais que consolidado, analisa Silva, mas Pokémon GO é um marco nesse sentido. “Isso porque é, provavelmente, a primeira propriedade saída dos meios tradicionais do videogame – os consoles e portáteis – a ser um sucesso inquestionável no smartphone. Até então, os maiores sucessos dessas plataformas eram franquias que nasciam do próprio celular, como Angry Birds, Clash of Clans, entre outros”, afirma Silva.

A realidade aumentada, por sua vez, é uma das tendências do setor, ao lado da realidade virtual (VR). “A Microsoft tem dado passos nesse sentido com o HoloLens, dispositivo de entretenimento baseado em realidade virtual, o que a torna mais forte na indústria atualmente, com vários dispositivos chegando ao mercado. Entretanto, com o lançamento de Pokémon GO, é possível que esse cenário mude”, explica Silva.  

Oportunidades para marcas

E onde as marcas podem encontrar oportunidade nessa febre? Silva explica que, dentro do jogo, existem pontos de interesse chamados Pokéstops, que dão itens aos jogadores. “Marcas com lojas próximas a estes pontos podem aproveitar e oferecer algum tipo de oferta envolvendo o jogo. A Niantic Labs, que desenvolve o jogo, já falou que pretende implementar a possibilidade de marcas pagarem para ter Pokéstops em seus negócios, abrindo possibilidades interessantes de negócios”, analisa.

Em Boston, a empresa de aluguel de carros Zipcar ofereceu um dia de caronas grátis para os jogadores ao redor da cidade. A ação ainda inclui um kit de sobrevivência, com carregador de celular e snacks para os ‘treinadores’. A Netflix também embarcou no sucesso de Pokémon para divulgar a nova temporada de “Narcos”. O primeiro trailer foi divulgado no Facebook com a seguinte frase: “Capturar Pokémon é moleza, quero ver capturar o Patrão. Segura essa temporada, DEA!”. 

O app está disponível em 30 países, entre eles Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia e grande parte da Europa. A expectativa é que chegue ao Brasil nesta sexta-feira (22). No Japão, terra natal do Pokémon, a novidade estava prevista para chegar na última quarta-feira (20), mas foi adiada. O lançamento vem com uma parceria com o McDonald’s, segundo o jornal Wall Street, que fará os cerca de 3 mil restaurantes da rede no território japonês serem ginásios Pokémon (em que o dono pode controlar uma área) ou Pokéstops (que dão itens e Pokébolas).

 Confira alguns memes compartilhados na web: 

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