A chamada 'Lei da SAF' está impulsionando o futebol brasileiro, mas ainda há muito para avançar
Em meio ao novo cenário que a chamada ‘Lei da SAF’ está impulsionando no futebol brasileiro, há muito ainda para avançar. E um desses temas centrais é a diferença nos preços de venda dos clubes brasileiros em comparação a diversos clubes europeus.
Por que isso acontece? Este é um tema importante, que aliás foi abordado na Betway, site de esporte bet, e falaremos brevemente sobre ele neste texto.
O ponto principal, sem dúvida, é o tamanho das marcas e a exposição delas. Note que marca nesse sentido nada tem a ver com conquistas históricas. Por isso o marketing, saber como explorar a marca e vender o futebol brasileiro nacionalmente e especialmente internacionalmente contam muito.
O cenário caótico de diversos clubes brasileiros não ajuda na causa
Em primeiro lugar, devemos considerar a situação de clubes brasileiros que estão se tornando SAFs se encontram.
Não é novidade que clubes como Cruzeiro, Botafogo e Vasco, exemplos recentes de adoção deste modelo no Brasil, estão em crise financeira há alguns anos. Todos eles acumulam dívidas enormes e viram na migração para SAF uma chance de respirar.
Diante deste cenário, é de se imaginar que investidores estrangeiros tentem desembolsar menos dinheiro. Afinal, eles já terão que arcar com parte das dívidas dos clubes e seus contextos atuais complicados, seja estrutura defasada ou até estar em uma divisão inferior.
Apesar disso, é fato que vários clubes do futebol brasileiro, inclusive os supracitados, têm muito valor de mercado. Seja pela tradição esportiva ou mesmo pelo tamanho de suas respectivas torcidas. Entretanto, vendo os números da matéria da Betway, publicados em seu blog de palpites no Brasileirão, eles ainda são tímidos.
Dado o desespero dos clubes em crise, é de se imaginar que qualquer negócio eventualmente não tão bom em termos monetários seja encarado como algo muito vantajoso. Mas sabemos que nem sempre é assim.
É fato que os clubes brasileiros são valiosos, mas que ainda há muito a caminhar. Uma marca como o PSG, Manchester City ou Chelsea ser mais conhecida no mundo inteiro que Flamengo, Palmeiras, Santos ou Corinthians faz pouco sentido se analisarmos as conquistas, jogadores revelados e história no futebol.
Mas todo o sentido se analisarmos o seguinte.
As ligas europeias são muito mais valorizadas
É inegável que o Real é uma moeda bastante desvalorizada, sobretudo se compararmos com o Dólar Americano e o Euro. Isso, por si só, faz investidores estrangeiros enxergarem os clubes brasileiros como ótimos investimentos pagando um ‘preço de banana’.
Uma razão plausível para os montantes consideravelmente menores são as diferenças no patamar dessas ligas.
O Campeonato Brasileiro certamente tem um potencial enorme. Isso não significa que esse potencial esteja sendo atingido. Nem perto disso, para falar a verdade. A inexistência de uma liga de clubes, por exemplo, enfraquece bastante a nossa organização do futebol como um todo. E, consequentemente, faz com que os clubes fiquem enfraquecidos.
Em cima disso, ligas na Europa, por exemplo a Premier League e mesmo a Primeira Liga de Portugal, estão mais estabelecidas. E são campeonatos que atraem todos os olhares dos apaixonados por futebol pelo mundo. Assim, o valor intrínseco a essas ligas fica mais evidente. Quando a La Liga, o campeonato nacional da Espanha, começou a se vender como “A Liga das Estrelas” e isso era visto em campo, o interesse explodiu no mundo todo.
Obviamente que, como dissemos, o Campeonato Brasileiro tem um potencial de mercado tão grande ou até maior do que algumas ligas da Europa. Contudo, enquanto as coisas não se tornarem mais organizadas por aqui, todo esse potencial é dissipado.
E, assim, os clubes acabam se vendo quase que obrigados a se vender por preços extremamente mais baixos do que eles realmente valem. Quando o Campeonato Brasileiro for vendido como “A Liga onde os Craques são Criados”, as coisas irão mudar.
Conclusão
É um fato que os clubes brasileiros estão sendo vendidos por quantias incompatíveis com sua relevância e valor de mercado. Por exemplo, vemos clubes do porte de Cruzeiro, Botafogo e Vasco negociados por valores proporcionalmente mais baixos do que casos europeus como Crystal Palace, da Inglaterra, e Genoa, da Itália.
Infelizmente, este é um cenário que ainda pode se repetir em futuras SAF. E isso se deve, em grande parte, à falta de organização estrutural do futebol brasileiro e a ideia de marca, exposição de imagem e como chegar em novos mercados ainda estar nos passos iniciais por aqui.
Portanto, este é um debate que precisa vir à tona, até para que futuros negócios sejam tratados com mais ceticismo quando as cifras envolvidas não forem condizentes com o valor de mercado desses clubes do nosso futebol.