Datafolha assina pesquisa apontando que 69% dos entrevistados se lembram de marcas nos esquetes e dizem que inserções não atrapalham

O Porta dos Fundos completa dez anos no ar e quis saber o que pensam os brasileiros sobre a marca. Christian Rôças, mais conhecido como Crocas, CEO da plataforma, fala que decidiram pela análise para conduzir as comemorações da data redonda. Ele conta ainda que os líderes do Porta não acreditavam que chegariam tão longe e com tanta “saúde”.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Datafolha, no segundo semestre de 2021, e, segundo Crocas, o grupo queria saber também como a audiência encara a exposição de propagandas e interações de marca durante a exibição de conteúdos de entretenimento. O resultado, para ele, foi surpreendente: 69% dos entrevistados que lembram das marcas presentes nos esquetes revelaram que a inserção não atrapalha a experiência de humor da produção.

O executivo afirma que sem mudar a linguagem já tradicional do Porta, às vezes escrachada e com inserções até de palavrões, as marcas se sentem confortáveis, tanto que a experiência com a ferramenta de branded content deslanchou, especialmente entre as mulheres. Para se ter uma ideia, o estudo mostra que em todos os recortes de gênero, as mulheres apresentaram melhor relação com branded content.

67% das pessoas concordam que a presença de marcas nos vídeos do Porta parece natural (mulheres, 69%), 64% das pessoas gostam da maneira como as marcas aparecem dentro dos vídeos (mulheres, 75%), 61% das pessoas concordam que as marcas parceiras combinam com os vídeos (mulheres, 69%), 52% do público feminino presta mais atenção nas marcas quando são apresentadas nos vídeos do Porta e 50% delas têm vontade de consumir as marcas.

Christian Rôças: sem mudar a linguagem já tradicional do Porta, as marcas se sentem confortáveis em realizar ações (Fotos: Divulgação)

Crocas afirma que hoje grandes anunciantes, como Chevrolet, WhatsApp, Itaú e Ambev, estão presentes nos conteúdos do Porta. “No geral, qualquer marca poderia ficar incomodada, mas no Porta não, não atrapalha”, afirma o executivo. Para ele, o Porta conquistou respeito dos parceiros comerciais. Outra grata surpresa, segundo Crocas, é a frequência dos jovens que engrossam a “plateia” do Porta. Ele afirma que adotar as multitelas foi fundamental para o sucesso do Porta, já que a moçada frequenta quase todos os meios. “O Porta rejuvenesceu”.

Há dois anos os sócios criaram o Porta dos Outros, unidade de negócios do Porta dos Fundos que desenvolve e produz conteúdos originais em diferentes formatos e plataformas, ajudando as marcas a se relacionarem com sua audiência. A expectativa é ampliar mais a produção “tipo exportação”, um trabalho que já começou, mas o Porta, segundo Crocas, quer mais. Quer reforçar a internacionalização da sua produção por meio do Porta Estúdio.

A empresa conta com mais de 35 milhões de fãs nas redes e 9 bilhões de views, se consolidando como uma referência em entretenimento multiplataforma, atuando em séries, filmes e branded content, entre outras. Em 2019, lançou o Backdoor, no México, com elenco, linguagem e temática direcionados ao público local. O vídeo Harina se tornou um sucesso no país, com quase 60 milhões de visualizações.

Em 2021, a produtora estreou em novas plataformas, como no TikTok e na Twitch, com o canal Salve. Em parceria com a Deezer, lançou os podcasts Quem Quer Ser Um Alienado e Amigos do Fim, ambas as séries figurando entre as três primeiras colocações no ranking de exclusivos mais escutados de 2021 da plataforma. No GNT, Que História É Essa, Porchat? segue sendo sucesso de público, trazendo histórias inusitadas a cada semana e convidados especiais. E Greg News, na HBO, também segue como um dos sucessos do canal.