Segundo pesquisa da iStock, a maioria dos consumidores não confia nos argumentos de sustentabilidade das empresas
As práticas sustentáveis se tornaram um assunto de extrema importância no mundo corporativo e, consequentemente, para a sociedade em geral. Segundo os dados apresentados pelo VisualGPS, da iStock, o tema "crise climática" subiu para o topo da lista de preocupação de indivíduos em todo o mundo, principalmente no Brasil.
Essa preocupação impacta diretamente na decisão de compra do consumir e, de acordo com a pesquisa, cerca de 92% dos brasileiros acreditam que é importante que a empresa tenha práticas de negócios sustentáveis, mas, ainda assim, mais da metade afirma que é muito trabalhoso pesquisar o que as marcas estão fazendo ativamente para mitigar as ameaças ao meio ambiente.
Com a conscientização ambiental crescendo significativamente nos últimos anos, os dados da iStock mostraram que também houve um aumento na desconfiança do consumidor em relação às alegações de práticas socioambientais de empresas e marcas que dominam o mercado. Na análise, o VisualGPS constatou que 82% dos brasileiros entrevistados acreditam que os produtos são projetados para parecer mais ecológicos do que realmente são.
Essa suspeita vem acompanhada, ainda, pelo ceticismo com relação a produtos rotulados como "amigos do meio ambiente", pois a análise apontou que os entrevistados veem o slogan como uma “jogada de marketing” e acreditam que empresas afirmam cumprir com as normas ESG (sigla em inglês para as normas de governança ambiental, social e corporativa), mas não mostram evidências suficientes disso.
“Historicamente, em diferentes setores, as campanhas publicitárias promoveram a ideia de responsabilidade individual. Estamos habituados a ver imagens que destacam práticas sustentáveis particulares, desde a reciclagem ao ciclismo e à utilização de sacolas de compras reutilizáveis. Esses conceitos, na sua maioria impulsionados por marcas e políticas públicas, reforçam a ideia de que a sustentabilidade é uma responsabilidade do indivíduo”, explicou a Dra. Rebecca Swift, Global Head of Creative Insights da iStock.
As descobertas da pesquisa também indicaram que pessoas creem que a sustentabilidade é uma responsabilidade compartilhada. No entanto, até hoje, as pesquisas mostram que as expectativas de cada sujeito envolvido parecem ser colocadas principalmente nos outros, e não neles mesmos.
"Conforme nossas descobertas do VisualGPS, as pessoas acreditam que o governo é o principal agente responsável por abordar os esforços de sustentabilidade e as preocupações ambientais relacionadas à mudança climática global. Os entrevistados acreditam que as empresas são tão responsáveis quanto os indivíduos quando o assunto é proteger o planeta e difundir práticas sustentáveis”, acrescentou a doutora.
De acordo com o Edelman Trust Barometer 2023, uma em cada cinco pessoas entrevistadas deseja que as empresas desempenhem um papel maior nas mudanças climáticas. A mesma pesquisa constatou que os entrevistados têm baixa confiança no governo e, em contrapartida, revelou que as companhias continuam ganhando confiança em todo o mundo e são a única instituição vista como competente e ética, mostrando que as empresas, não importa o tamanho, estão posicionadas de maneira a preencher a lacuna de confiança na sustentabilidade.
“À medida que a crise climática acelera, os consumidores estão se tornando mais informados sobre o que é sustentável, como isso afeta o meio ambiente, quem são os responsáveis e se eles confiam nas alegações das empresas sobre serem ou não “amigas do meio ambiente”. Por sua vez, as companhias devem escolher mensagens visuais adequadas à ocasião”, concluiu a Dra. Rebecca Swift.