Apesar dos entraves, mobile já tem grande relevância no mercado brasileiroOs smartphones já são parte fundamental da comunicação e acesso à internet no mercado brasileiro. E eles ainda têm um longo potencial de crescimento. Porém, essa evolução dependerá, principalmente, dos valores praticados pelas fabricantes e revendedores. É o que indica o novo estudo ComTech, realizado pela Kantar Worldpanel.

De acordo com a pesquisa, diferentes entraves freiam o aumento da penetração dos dispositivos móveis ao redor do mundo. Em países desenvolvidos, como Alemanha, Austrália, Inglaterra, Estados Unidos, França e Japão, 23%das pessoas ainda não compraram o seu smartphone por acreditar que não utilizarão todos os seus recursos, além de 16% que consideram a plataforma muito complicada.

Já em países considerados em desenvolvimento, como Brasil, Argentina e México, os maiores empecilhos são relacionados ao acesso. Para 59% dos consumidores, o valor é o que mais dificulta o aumento das vendas nesses mercados – segundo o estudo, um smartphone custa em média 282% mais que um telefone comum, os chamados feature phones.

Com isso, os aparelhos mais simples ainda continuam com enorme penetração em vendas – apenas no Brasil, foram registrados 99 milhões de usuários em 2013, enquanto nos EUA são 110 milhões. Isso se reflete também no tipo de tarifa escolhida, com o pré-pago ainda sendo preferência nacional.

Mesmo com tais entraves, porém, a América Latina já é considerada uma região de grande relevância nas vendas globais de dispositivos mobile, chegando a 10% do total. O Brasil tem grande contribuição para o número: um a cada três assinante de pacote de dados para celular na região é brasileiro. Outro indício da tendência de evolução dos smartphones é a migração da telefonia fixa para a móvel. De acordo com o estudo, atualmente apenas 32% dos lares ainda detém telefone em casa, enquanto a penetração de celulares (somando-se feature e smartphones) no domicílio já é de 96%.

Trocando

De acordo com o levantamento da Kantar, um dos principais elementos que poderia incentivar a adoção de smartphones pelos consumidores seria um maior esforço para destacar os recursos que os aparelhos podem oferecer. O estudo indica que os usuários de feature phones ainda são mais reticentes na hora de migrar para um aparelho mais evoluído. Porém, aqueles que já possuem smartphones, raramente voltam ao básico, sendo que mais de 50% deles aceitam investir mais de R$ 600,00 para adquirir seu novo aparelho.

Perfis

O ComTech também analisou o perfil dos usuários de smartphones no Brasil, indicando uma penetração maior entre as classes mais altas. Entre 2012 e 2013, houve um crescimento de 16% para 26% na penetração dos aparelhos nas classes A e B. Esse público também é o que mais gasta com serviços: mais de 30% deles pagam conta de celular acima de R$ 100,00 por mês, enquanto 40% da classe C se mantém entre R$ 30,00 e R$ 40,00.

Comum diante de uma evolução tecnológica, a utilização de smartphones se mostra mais forte entre o público mais jovem, especialmente entre 16 e 34 anos. E para esse público, um dos elementos que mais vem ganhando importância na hora da escolha é o tamanho da tela. Em 2012, 38% dos consumidores tinham celulares com telas de até 2.9 polegadas, enquanto, no ano passado, esse número caiu para 15%. Já os ecrãs entre 4 e 4.4 polegadas vem ganhando a preferência, partindo de 7% para 19% no ano passado.

Entre os sistemas operacionais, o Android, do Google, é o mais presente nos aparelhos, seguido pelo iOS, da Apple. O Windows Phone aparece na terceira colocação.