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Quantas vezes você interage com seu celular todos os dias? Não sabe? Normal, afinal, estes aparelhinhos já viraram extensões de nossos corpos e funcionam como ferramentas de conexão entre o público e marcas diversas. Seja para contratar um serviço de delivery, pedir comida, fazer compras, paquerar, jogar, entre outras atividades, tudo pode ser feito via smartphone. Os aplicativos lutam para chamar a atenção da audiência e uma das formas mais efetivas são as notificações.

“Acredito que o maior desafio para esse tipo de texto é determinar como a linguagem vai se encaixar no contexto, mantendo a qualidade e se aproximando dos nossos clientes”, explica Amanda Ramos de Oliveira, do time de marketing da Netshoes. Segundo a profissional, uma das principais dicas para obter êxito neste tipo de comunicação é ter clareza, objetividade, persuasão e transmitir um texto humanizado. “Analisar se é relevante a mensagem que você deseja passar, se faz sentido, tentar se colocar no lugar do cliente”, ressalta.

Para Fernando Vilela, head de growth e marketing da Rappi no Brasil, é necessário ser assertivo na recomendação. Afinal, as notificações fazem o celular vibrar e terão a atenção do usuário do smartphone por poucos segundos. Por isso, é preciso pensar como ele irá receber o push. “Acho que a grande sacada é pensar em como não ficar algo chato”, alerta. Segundo Vilela, a Rappi possui o diferencial de utilizar recursos como os GIFs para se destacar entre os competidores. Outro ponto são os assuntos comentados nas redes sociais. “A gente se baseia muito naquilo que está sendo conversado na internet, daí o social media é um parceiro fundamental. Entender que tem algum trending topic muito forte para direcionar um push focado em assuntos virais. Um exemplo foi na estreia de ‘La Casa de Papel’, quando mandamos um push focado em papel higiênico”, relembra.

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Já na Colômbia a empresa utilizou um GIF durante um jogo de futebol para promover a entrega de camisinhas. “Para você que gosta de entrar de cabeça”, dizia o texto. A personalização também é benéfica para criar notificações que criam intimidade e proximidade com o usuário.

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Para Amanda, uma dica importante é utilizar a curiosidade das pessoas. “Algo que tem dado muito certo e muito retorno são essas linhas de assuntos, que acabam sendo atrativas, inusitadas e aumentam consideravelmente taxas de cliques. Um exemplo é de quando começaram as ações de Ofertas Misteriosas, que consistem na compra de produtos desconhecidos, ou seja, com o mínimo de informações possível. Com isso, vimos uma oportunidade de criar chamadas que despertassem curiosidade em nossos clientes”, explica ressaltando os exemplos abaixo:

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“Alguns aplicativos exageram nas notificações push e isso pode trazer consequências ruins, como o não entendimento do usuário, a irritação e até mesmo a exclusão o app. Por isso, é importante que a notificação tenha um propósito, que esteja dentro de um contexto para o usuário, não seja invasiva e desperte empatia. Por se tratar de um texto pequeno, os aplicativos acabam não dando a devida importância para as notificações. O que muitas pessoas não sabem é que quanto menor o texto, mais estrategicamente elaborado ele deve ser. Temos poucos momentos em que podemos usufruir da atenção do usuário e basta um erro no tom da mensagem para perdermos a oportunidade de falar com eles”, analisa Rafael Martins, CEO da LifeApps, empresa do Grupo Máxima, especializada no comércio eletrônico B2B e B2C.

Segundo Martins, as notificações possuem mais objetivos do que aparentam. “As vantagens de ser assertivo nessa estratégia é poder estar em contato com o seu usuário e de certa forma construir um relacionamento com ele. Mesmo que não gere uma venda ou ação imediata, é importante para o aplicativo estar na mente do usuário e que ele reconheça o quão importante foi baixar o seu app. Notificações estão em alta, acredito que as notificações se tornaram mais efetivas do que os e-mails, mas uma coisa não anula a outra. Precisamos utilizar todas as armas à disposição para aumentar os resultados, seja de vendas ou tráfego”, afirma.

Na hora de criar, a Rappi aposta em produção colaborativa. “Várias vezes, o copy feito sai de outra área. Chega uma pessoa do time comercial e fala: ‘Tive uma ideia, por que a gente não faz isso, isso e isso?’. A gente é super aberto a testar e ver o impacto”, revela Vilela. Na Netshoes os textos são feitos por redatores do time de marketing da empresa. “Levamos em conta o espaço de caracteres que, por ser limitado, tentamos falar o máximo usando poucas palavras. Também levamos em conta o público-alvo que queremos atingir e a campanha”, comenta Amanda.

Vilela finaliza dando uma dica importante: “muito mais do que aparelho, Android ou iOS, o que importa é o usuário final. O que importa é conversar com o Danilo, Maria, José e Mariana do que conversar de um jeito com a galera que é Android e de um jeito com a galera que é iOS”.