Durante entrevista ao programa de radio italiano “La Zanzara” na última quarta-feira (25), Guido Barilla, presidente da fabricante de massas Barilla, disse que jamais escolheria atores gays para fazer campanhas publicitárias da marca.
“Nunca faria campanha com uma família homossexual. Se os gays não gostarem, eles podem procurar outras marcas. O conceito tradicional de família é um dos valores fundamentais da companhia”, declarou. “Eu não tenho respeito pela adoção de crianças por famílias homossexuais porque isso envolve uma pessoa que não é capaz de escolher”, acrescentou.
A declaração gerou polêmica nas redes sociais. Consumidores publicaram fotos de caixas dos produtos jogadas no lixo e a hashtag “#boicotta-barilla” se tornou uma das mais populares no Twitter. O grupo de ativistas italiano Equality Italia propôs um boicote às vinte marcas da companhia. “Ao aceitar o convite de Barilla de não consumir seus produtos, nós decidimos lançar uma campanha de boicote contra toda a marca”, afirmou Aurelio Mancuso, chefe do movimento. A De Cecco, que concorre diretamente com a marca, divulgou um anúncio em que, mostrando o mapa italiano preenchido por diversos formatos de massa, diz: “Noi siamo diversi!”.
Em pouco tempo, o executivo veio a público e pediu desculpas. “Com referência às minhas declarações à imprensa, peço desculpas se minhas palavras ofenderam algumas pessoas. Gostaria de esclarecer que tenho o mais profundo respeito por todas as pessoas, sem distinção de qualquer espécie. Eu tenho o maior respeito por homossexuais e pela liberdade de expressão. Eu também disse, e repito, que tenho respeito por casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Em sua comunicação, a Barilla sempre escolhe uma família para representá-la, porque considera este o símbolo da hospitalidade e do amor para todos”.