Em um bate-papo com o jornalista Joe Pompeo, o presidente da CNN, Jeffrey Zucker, teve que passar a maior parte do tempo do seu painel no SXSW, no sábado (10) respondendo a perguntas sobre política. A CNN é uma das inimigas declaradas de Donald Trump, especialmente após entrar com uma ação contra o presidente, no final do ano passado, protestando contra o cancelamento da acesso à Casa Branca de um de seus jornalistas, Jim Acosta.
“Somos pela verdade, e nem sempre ser pela verdade é ser pró-Trump”, observou Zucker.
Não por acaso, com novas eleições presidenciais logo ali adiante, o SXSW está repleto de discussões políticas e contou com a presença de dois candidatos à presidência: a senadora Elizabeth Warren, e o ex-CEO do Starbucks, Howard Schultz.
Zucker ganhou novas atribuições em uma reestruturação da Warner Media recentemente, agregando a posição de chairman da WarnerMedia News and Sports. Além da CNN Wordwide, o executivo agora cuida também de Turner Sports, Bleacher Report e AT&T Regional Sports Networks.
A entrada em cena da AT&T no ano passado, após a aquisição da Time Warner tem sido, segundo Zucker, importante para ampliar o projeto digital da rede, agregando tecnologia e um olhar cada vez mais apurado para novas plataformas, especialmente mobile.
“Temos consciência de que o futuro do vídeo é mobile, e que o futuro do mobile é o vídeo. Isso é prioridade para nós”, destacou.
O executivo destaca que a CNN é um canal único e que compete, diferente de muitos outros, com diversas mídias: revistas, jornais, players do mundo digital. Sobre o Facebook, Zucker pareceu cético, ao afirmar, categoricamente, que a rede não depende deles para nada. De olho em novas audiências, a CNN tem, desde o ano passado, um programa exibido em streaming no Facebook, apresentado pelo jornalista Anderson Cooper.
Zucker destacou que tanto o jornalismo quanto séries e filmes têm sido importantes para a rede.
“Produzimos cerca de 10 a 12 séries por ano, além de quatro ou cinco filmes. É parte da nossa marca e importante para algumas audiências”, garante.
No fim das contas, segundo o executivo, tudo se resume a fazer bom jornalismo: a CNN continua sendo a principal marca global de jornalismo, ao lado da BBC. Para ele, as marcas importam mais do que nunca, neste universo, hoje.
“Você conquista confiança ao longo do tempo, é uma construção. As novatas precisam ganhar a confiança das pessoas para ter audiência e é por isso que as grandes marcas importam. Custa muito caro fazer bom jornalismo”, diz.
Cobertura patrocinada por BETC/HAVAS