A David nasceu em dezembro de 2011 e pela primeira vez em quase uma década de vida adere a um modelo de coliderança criativa em São Paulo. O redator Edgard Gianesi, que está na agência desde 2015, assume o comando da área ao lado da recém-contratada Renata Leão. As mudanças ocorrem após Rafael Donato, que era vice-presidente de criação da agência, assumir o cargo de CCO da David Miami.
AlmapBBDO, F/Nazca S&S, Havas, Ogilvy, Wunderman Thompson e, mais recentemente, WMcCann estão entre as agências para as quais Renata trabalhou em seus 16 anos como redatora e há cinco como diretora criativa. Com mais de 30 prêmios nacionais e internacionais, a publicitária já criou para Coca-Cola, Google, Honda, Avon, P&G, Nestlé, JBS, Bayer, Unilever e J&J.
A experiência de Gianesi atesta o sucesso do novo modelo de gestão adotado pela agência, que tem Sylvia Panico como managing director e COO global. O criativo participou de projetos que, só no Cannes Lions, levaram 17 Leões – para Coca-Cola, Burger King e Faber-Castell – nos últimos anos. Antes de ingressar na David, o executivo atuou por cinco anos como diretor global de criação da Lowe UK para Unilever e Cadillac, entre outras marcas.
De acordo com Renata, a David se tornou uma potência porque reúne criatividade e inovação em espaços que têm “a presença do olhar e da escuta diversa, dos melhores criativos, dos clientes mais corajosos, das conversas mais importantes”, define a diretora de criação executiva da David São Paulo.
Norte para o avanço do negócio, a criatividade ajuda a moldar o mercado, impulsionar carreiras e influenciar transformações sociais. Mas é o propósito de marca que dá sentido às ações. “Jovens criativos têm absoluta noção disso. Na era do cancelamento, o que as marcas comunicam é colocado sob uma lupa. E, se a atividade criativa em um ambiente tenso é um exercício desafiador até para os profissionais mais experientes, imagine como deve ser assustador para quem está começando”, reflete.
O futuro está no exercício da empatia e em uma postura mais consciente para lidar com as injustiças, defender mudanças e apoiar causas. “É curioso pensar na criatividade como um subproduto da adversidade. Ela se torna uma ferramenta poderosa para ajudar a resolver, ou amenizar, problemas”, afirma Renata.
Um dia mais atento à final do reality, no outro preocupado com a falta de vacinas contra a Covid-19, hoje o brasileiro vive uma instabilidade emocional que obriga os profissionais a saberem em qual momento a marca deve entrar em uma determinada conversa. “Existem três perguntas que a gente sempre pode se fazer: Isso precisa ser dito? Isso precisa ser dito agora? Isso precisa ser dito agora e por mim?”, esclarece o diretor de criação executivo da David São Paulo.
Os cuidados com a própria equipe, fonte de criatividade do negócio, regam a reputação criativa construída pela David. Para manter a maneira como a agência é percebida no mercado, Gianesi acredita que é preciso integrar, estimular e entender necessidades específicas.
“A criatividade deve ser um mindset da empresa. O que ocorre com a equipe é um reflexo da sociedade”, pontua Gianesi. Segundo ele, o trabalho precisa servir como um ponto positivo, seja trazendo uma “reflexão, uma provocação ou ajudando as pessoas a darem uma boa risada”. Quais os limites entre ser irreverente e divertido? Gianesi explica que irreverência é um comportamento. Já a diversão é uma consequência. E o respeito é o freio dessa engrenagem, que deve funcionar conforme a essência da marca e as transformações vivenciadas pela sociedade.