Contar histórias com romantismo e estética de cinema. Essas são algumas características do trabalho de storytelling desenvolvido pela La Casa de La Madre. A ainda menina produtora de filmes, fundada em 2012 pelos cineastas André Castilho e Jorge Brivilati, realizou uma expedição cinematográfica pela índia no início de 2014 para conferir as histórias do homens santos na Terra.

O objetivo foi construir uma narrativa que passasse por territórios sagrados e mostrasse a transformação de um homem a partir dessas experiências. No entanto, dessa vez, Castilho e Brivilati preferiram apostar em uma produção própria, para depois de produzido, negociarem uma marca para envelopar ou patrocinar. O longa se chama “Sannyasin”, palavra de origem sânscrita que significa alguém que exerce com coragem a liberdade de renunciar a uma vida materialista.

Os 30 segundos dos filmes publicitários tradicionais limitavam Castilho quando trabalhava em agência, que acredita no storytelling como uma chance de fazer os consumidores se identificarem com marcas a partir de uma história bem contada. “Algumas marcas tem dificuldade em entender o que é fazer um storytelling. Por isso, preferimos fazer um filme e colocar uma marca como co-protagonista da história. E agora estamos trabalhando a venda desse produto”, explica.

O enredo narra a aventura de um homem, paulistano, que decide realizar seu primeiro mochilão solitário. Mumbai é o destino escolhido e ao chegar na maior cidade da Índia, perde seu passaporte e cartões de crédito. Por ser feriado de Holi, não consegue regularizar sua situação. A partir disso, emerge na cultura indiana, passando por uma forte transformação espiritual, além de um grande conflito entre o que está vivendo e a vida que deixou no Brasil. Em todos os momentos, o smartphone e os aplicativos mobile são as pontes que o unem ao mundo exterior e que o colocam em contato com a família.

A presença das tecnologias é o gancho que a dupla planejou para negociar o filme com marcas relacionadas aos setores de telefonia, redes sociais ou eletrônicos. “Eu percebi que os gurus que participaram das filmagens usavam celulares. Achei isso muito interessante e perguntei o motivo de terem os aparelhos. Eles me explicaram que precisam manter a conexão carnal quando estão longe das pessoas e o celular permite isso”, relembra Castilho.

Foram 12 dias de gravações das 6h às 23h, com as equipes do Brasil e da Índia. A produtora está com dois terços do filme prontos, mas o final será adaptado e definido com o fechamento da venda. Em 2013, a Casa de la Madre fechou o ano em R$ 3 mi. Para 2014, a previsão são R$ 10 mi em faturamento. “Nós somos românticos e queremos contar histórias que valem a pena. Nossa meta é o compartilhamento de nossas criações”, resume Castilho.