Trabalho das produtoras precisa ser valorizado, de acordo com Siqueira

 

A Aprosom (Associação Brasileira das Produtoras de Fonogramas Publicitários) comemora os bons resultados obtidos em 2012 e garante: 2013 será o ano de reconhecimento da categoria, que vem sofrendo com a desvalorização do trabalho. Segundo Kito Siqueira, presidente da entidade, o problema reside nos métodos de valoração utilizados nas mesas de compra, importados de setores da economia voltados à produção de bens materiais e especificáveis. Como consequência, não há como medir o valor da produção de áudio, considerada uma atividade de propriedade intelectual.

“Os anunciantes devem entender que o valor da remuneração das produtoras de som é praticamente irrelevante se comparado ao custo total de produção de uma peça. Uma redução sistemática dessa remuneração levará à diminuição da saúde das produtoras e a uma queda de qualidade que não se justificará pela economia representada”, explica. Por sorte, diz Siqueira, representantes de setores de compras de grandes anunciantes já estão dispostos a reverem suas táticas de avaliação. “Sentimos que vários deles estão sensíveis aos argumentos apresentados. Temos encontrado interlocução inteligente e de boa vontade às nossas ideias”.

Entre as conquistas da Aprosom em 2012 está a implantação dos documentos gerados pelo III Fórum de Produção Publicitária, promovido por Abap (Associação Brasileira das Agências de Publicidade), Apro (Associação Brasileira da Produção de Obras Audiovisuais) e Aprosom a fim de fomentar e fortalecer a indústria de produção publicitária no país.

“Os documentos aprovados contêm os novos contratos entre produtoras de áudio, agências e anunciantes, que sacramentam nossa atividade como de propriedade intelectual, sendo remunerada pela cessão de direito de uso dessa propriedade por tempo e abrangência limitados. Essa mudança faz parte de um movimento de modernização e formalização das relações comerciais das produtoras de som, visto que o setor sempre apresentou grande parcela de informalidade em seus relacionamentos”, destaca Siqueira.

Em 2012, a entidade realizou, ainda, pleito junto à Ancine (Agência Nacional do Cinema) para que as produtoras de som fossem reconhecidas pela entidade. “Já é possível registrar uma produtora de som no órgão e isso é o embrião de um relacionamento que visa aproveitar as políticas de fomento e regulação de mercado implantadas pela agência”, afirma.

A aprovação da lei que estabelece cotas de espaço para conteúdo brasileiro nos canais de TV paga, recebida com entusiasmo pelas produtoras de filmes, também garantirá um impulso considerável na produção de áudio. “A produção para TV também aproveitará a temática relativa aos eventos que acontecerão no ano, como a Copa das Confederações, provavelmente com um crescimento no valor médio das peças. Esperamos um aumento da produção de jingles, que são habitualmente típicos na comunicação desses períodos”, garante Siqueira. “Temos ainda muito para fazer e estamos com vários grupos de trabalho, projetos e assuntos de grande importância para o nosso setor que estão sendo encaminhados em diferentes frentes. Foi muito bom ver que nossos esforços institucionais para valorizar o trabalho das produtoras de som tem dado resultado”, conclui.