Clarissa Antunes – Líder de Comunicação do Ajude o Pequeno (Divulgação)

As dificuldades econômicas causadas pela Covid-19 são claras. O Relatório de Mercado Focus mostra, por exemplo, que a expectativa para o PIB 2020 passou de retração de 5,12% para -5,89%. Mas há iniciativas surgindo para impedir que isso aconteça. Uma delas é a ONG Ajude o Pequeno.

Chancelado pela UNIDO – Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial, o projeto oferece soluções para que pequenos negócios afetados pela crise do coronavírus possam entrar no universo digital.

“São iniciativas que utilizam a educação como pilar principal para digitalizar a padaria do ‘Seu João’, o quiosque da ‘Dona Maria’ que vende frutas na feira e todo aquele comerciante que está passando por alguma dificuldade para manter seu negócio. Não temos distinção sobre o tipo de negócio e não precisa de CNPJ para se cadastrar”, explica Clarissa Antunes, líder de comunicação e estratégias de marketing.

“Oferecemos, além da possibilidade de criação da loja on-line gratuita, com todo software desenvolvido pela Dex Works, conexão a meios de pagamento e formas de entrega; videoaulas ensinando sobre a digitalização do negócio, educação financeira, gestão de crise, como montar o seu delivery, estratégias de marketing digital, qualidade de vida com orientações sobre a COVID-19 e outros ensinamentos”, afirma a executiva.

Segundo a executiva, também são feitas campanhas com embaixadores, que são influenciadores digitais em suas áreas, além de profissionais convidados para dividirem os seus conhecimentos ao vivo com o público nas redes sociais.

Perguntada sobre as maiores dificuldades dos pequenos empresários que ainda não tinham presença digital, Clarissa diz que os empreendedores relatam dificuldades com a falta de fluxo de caixa, a preocupação financeira e a incerteza em relação ao futuro por não saberem quanto tempo o isolamento pode durar.

“Há também aqueles que não tem nenhuma familiaridade com internet, para solucionar isto nós desenvolvemos um espaço educativo dentro da nossa plataforma, onde todos os cadastrados podem acessar também de forma gratuita, com videoaulas sobre diversos pilares que vão auxiliar no desenvolvimento pessoal e profissional, além do atendimento por assistente virtual com voz e movimentos todo o conteúdo do website acessível em Libras, traduzido pelo Hugo, assistente virtual da HandTalk, nosso parceiro”, relata.

De acordo com Clarissa, a plataforma fornece todo funil de vendas para ajudar o pequeno e também faz o atendimento dos negócios um a um, por chat e ligações telefônicas quando necessário, através dos voluntários. “Podemos medir o alcance da iniciativa em números: na primeira semana de funcionamento foram 500 negócios cadastrados e hoje nós somos 3.000, com previsão de expansão no próximo mês para EUA e Portugal”, relata.

“Sabemos que o número de desempregados cresce a cada dia no Brasil. Muitos negócios fecham as portas por não saberem como continuar neste momento. O nosso intuito é avisar estas pessoas que nós estamos aqui, eles não precisam parar”, explica a profissional.

Segundo Clarissa, a ONG está iniciando um novo projeto: o Champions. O intuito é que feirantes, negócios de rua e aqueles que por ventura ainda não foram alcançados pelo digital, possam vender na plataforma.

“A expectativa de crescimento no próximo mês é de alcançarmos pelo menos o dobro em número de cadastros, em comparação com o que temos agora. […] A colaboração de todos é essencial agora, principalmente disseminando a informação, avisando aos negócios do seu bairro, a quem você conhece que precisa de ajuda”, revela.

Agências e anunciantes podem ajudar o projeto. “Toda ajuda é fundamental neste momento”, reitera a profissional. “Precisamos que as pessoas que ainda não conhecem o nosso projeto, saiba que estamos aqui para ajudar estes negócios a continuarem funcionando”, complementa. Interessados podem acessar o site do projeto.