“Só se alcança meio século de atividade nesta profissão fascinante e, ao mesmo tempo, repleta de incompreensões, com a prática permanente de princípios. Sem dúvidas, o primeiro deles é o da verdade”. Palavras ditas por Armando Ferrentini, presidente da Editora Referência (que edita o propmark), na festa promovida pela ESPM em comemoração aos 50 anos do jornal propmark. Foi em clima de festa e de muita emoção que a instituição recebeu o mercado nesta terça-feira (19), no Auditório Philip Kotler, em São Paulo.
Na coluna Asteriscos, no antigo Diário Popular, Armando Ferrentini iniciou a história do propmark em 1965. De lá para cá, a coluna virou caderno e hoje é um dos jornais mais tradicionais do meio publicitário. Dada sua tamanha relevância e importância para o mercado, a ESPM, que tem Ferrentini como presidente do conselho deliberativo da instituição, organizou uma festa em comemoração aos 50 anos do jornal.
José Roberto Whitaker Penteado, presidente da ESPM, afirma que Ferrentini e Luiz Salles foram conselheiros essenciais para a primeira organização da escola. “Difícil prestar uma homenagem ao Armando, porque ele era como nosso chefe. Então estamos olhando para ele não como conselheiro, mas como o jornalista que completa 50 anos de profissão nesta semana”, destaca Penteado.
O ano de 1965 foi relembrado em um vídeo com uma retrospectiva dos principais momentos políticos, históricos e culturais vividos em todo o mundo. O lançamento da coluna ocorreu, justamente, no ano em que a profissão de ‘publicitário’ foi regulamentada. Desde então, os caminhos da publicidade brasileira já não seriam os mesmos e passariam a ser documentados pelos textos do jovem Ferrentini, na época com 22 anos. Uma banda ao vivo também trouxe para o palco as músicas mais representativas da época.
O ponto alto da noite, sem dúvidas, foi a participação da família Ferrentini em um vídeo gravado secretamente pela equipe da ESPM. Filhos e netos fizeram depoimentos emocionados, declarando a admiração de todo clã pela história de luta e garra do patriarca. Sua esposa, Clarice Ferrentini, também deu seu depoimento, mas recebeu uma homenagem especial do marido, que desceu do palco para agradecê-la pelas mais de cinco décadas de parceria.
Sobre a profissão de jornalista, Ferrentini dá algumas dicas. “Impossível exercer a profissão sem esse amor, que tem que ser excessivo, 24 horas por dia, a mente diuturnamente de plantão. Para ser bem exercido, o jornalismo requer do seu profissional curiosidade aguçada, sem preguiça ainda que momentânea”. A honestidade de propósitos também foi lembrada. “Seja lá o que isso possa alcançar, trata-se de uma virtude indispensável para o exercício desta profissão, sem a qual todas as demais enfraquecem”.
A comunicação, para Ferrentini, deve ter clareza. “Em um mundo repleto de palavras, imagens e sons, contribua sempre para a imediata compreensão do seu conteúdo pelo público. Procure sempre ser criativo no exercício da sua profissão, possivelmente até inovador. Evite, porém, o criativoso. Fuja dele como o diabo da cruz”, finaliza.