Alê Oliveira

A retomada da economia no Brasil necessita como nunca da contribuição a ser dada pela publicidade. Já escrevemos sobre isso outras vezes neste espaço e temos reiterado porque a crise tende a inibir investimentos, dentre eles as verbas destinadas à comunicação do marketing.

Nossa obrigação diante do quadro com o qual nos deparamos em nossa economia é reverter essa tendência, fazendo com que os anunciantes anunciem mais, pois a força de convencimento da propaganda é inegável e servirá sem dúvida para não apenas vender produtos e serviços, como também impulsionar a própria economia no seu sentido mais amplo.

O comportamento repetitivo de muitos anunciantes provocará outros a também acordarem para o importante valor do ferramental publicitário, que não apenas anima o seu lado empresarial, como provocará – como já vem provocando – a chamada reação em cadeia por parte dos consumidores.

Dentre estes, há aqueles que estão realmente endividados até o pescoço, mas há também os que não mexeram nas suas reservas durante o pior dessa que foi a maior crise econômico-financeira e política atravessada pelo nosso país em todos os tempos.

São exatamente estes últimos que já dão sinais de consumo, aproveitando inclusive as ofertas acessíveis que o varejo, por exemplo, está oferecendo pelo famoso sistema compre mais e pague menos, acrescido de atraentes financiamentos.

Essa realidade vale para quase todos os segmentos da economia, sendo já percebida pelo imobiliário, que está dando início a uma nova fase na sua história recente em nosso país. Aos poucos, as placas de vende-se e aluga-se estão diminuindo em metrópoles como São Paulo, sempre as que retratam, com maior fidelidade, o verdadeiro tamanho de uma situação parecida com a estagnação sempre lembrada pelos economistas.

Agora que se aproxima o Natal, e com ele todo o movimento de venda e compra que o varejo estimula e os consumidores reagem positivamente, apresenta-se o momento ideal para as empresas turbinarem sua publicidade, em busca das reservas de uns poucos, mas da certeza do 13º salário de muitos trabalhadores, contribuindo assim para que a roda da economia ganhe maior força, beneficiando a todos.

 

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Elogiável o estudo realizado pela Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade), girando em torno da importância da propaganda para o desenvolvimento do país, que se traduz em benefícios para toda a população. 

O estudo, que teve a participação decisiva da Deloitte brasileira, ao desenvolver cálculos técnicos realizados nos moldes econométricos por ela aplicados em semelhante trabalho para a Associação de Propaganda do Reino Unido, tem o endosso das principais entidades do mundo da comunicação em nosso país.

Como informa a Abap na apresentação do trabalho, “os fatos, números e exemplos explicitados no estudo, deixam evidenciado o enorme impacto da publicidade na economia do Brasil e seu papel de combustível vital para a existência e evolução dos mercados, da cultura da informação e do entretenimento nacional”.

Parece discurso de formatura, mas não é. Expõe com meridiana clareza a importância de se comunicar com os diversos públicos e as melhores formas e meios para o atingimento desse objetivo.

Se a atividade publicitária sofreu um gap com a crise, será ela curiosa, mas verdadeiramente a mola propulsora que alavancará os negócios para novas plataformas.

Antes, contentava-se em ser apenas a alma do negócio. Hoje, é também a arma, sob a mira da qual sucumbirão os atrasos que nos foram impostos nestes últimos anos. Com ela, faremos mais, ainda que seja do mesmo.

 

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Em meio a esse projeto de retomada que nos cumpre pôr em prática, com o auxílio vital da propaganda, desponta como exemplo a festejada DM9DDB.

A agência teve momentos indesejáveis em meio à tormenta econômica que muito se acentuou nos últimos dois anos. Mas, soube reagir, anuncia a conquista de novas contas, anuncia sua nova fase com otimismo e profissão de fé na atividade publicitária.

A batuta nas mãos de Paulo César Queiroz e Alcyr Gomes, além de muitos outros executivos de grande capacidade no inesgotável mercado da comunicação, ganhou velocidade nos seus movimentos de virar o jogo.

E a agência, que tem importantes capítulos na história da propaganda brasileira, com desempenhos de grande reconhecimento dentro e fora do país, caminha a passos largos para novas etapas de sucesso.

É disso que o Brasil mais precisa agora: acreditar que é possível, mesmo com todas as dificuldades que a todos se apresentaram nestes últimos tempos.

Os grandes campeões não nascem campeões. Fazem com que seus passos se dirijam ao pódio, superando todas as barreiras que a eles se antepõem.

 

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É com esse mesmo espírito que o mercado brasileiro da comunicação publicitária precisa emprestar sua ajuda à ABP (Associação Brasileira de Propaganda), que vive os piores momentos da sua longa vida de grandes serviços prestados ao setor.

A sua diretoria tem emitido seguidos SOS a diversos players do mercado, mas os mesmos motivos que atravancaram a vida da ABP, estavam impossibilitando essa maior atenção de todos para com ela.

Agora que a maior parte da fase negativa passou para pelo menos a maioria, é chegado o momento de uma união de apoio pela sobrevivência da entidade.

As grandes cabeças pensantes do setor em todo o país, sem dúvida, vão encontrar soluções para a retomada da ABP, que é de todos os que militam nesse inigualável setor de serviços da nossa economia.

Armando Ferrentini é diretor-presidente da Editora Referência, que publica o PROPMARK e as revistas Marketing e Propaganda