Alexandra: “vivemos um momento do MercadoLivre como negócio”

A cada segundo são realizadas mais de mil buscas e 2,5 compras em mais de 25 mil categorias e subcategorias. Essa é a audiência administrada pela plataforma de vendas MercadoLivre. A empresa, que nasceu na Argentina, está presente em sete países, mas é no Brasil onde concentra maior quantidade de usuários, somando quase 26 milhões de visitantes.

Os produtos comercializados atingem diferentes targets e segmentos. São vendidos, por exemplo, um celular a cada 10 segundos; um console a cada 12 segundos; dois eletrodomésticos e dois pares de sapato por minuto; um tablet a cada dois minutos; e uma bicicleta a cada quatro.

Esses dados são utilizados por Alexandra Mendonça, gerente do MercadoLivre Publicidade, ao afirmar o potencial da plataforma para que as marcas anunciem. “Nossa audiência é muito engajada e há usuários que compram tudo o que precisam em nosso site. Eles interagem com nossos vendedores e ficam no site navegando e buscando os melhores preços e produtos”, explica a gerente.

A receita líquida do site em 2014 atingiu US$ 556,5 milhões no país, registrando crescimento de 17,8% em relação a 2013. O empreendedorismo, explica Alexandra, é a bandeira da companhia, que possui mais de sete milhões de vendedores que vivem exclusivamente da plataforma. “Vivemos um momento do MercadoLivre como negócio, que pode ser desde o vendedor micro quanto uma marca oficial. Temos investido nesses canais e um não atrapalha o outro. Tudo está baseado na oferta e procura, com diversidade de produtos e públicos para todos os tipos de marcas e negócios”, explica Alexandra.

A crise sentida pelo mercado em 2015 não atinge o e-commerce, afirma a gerente. A busca por preços menores e melhores condições de compra gera uma pesquisa maior por parte dos usuários, o que impulsiona as buscas e o serviço oferecido pela companhia. “No Brasil apenas 17% das pessoas compram via internet. Esse valor é de apenas 15% em toda a América Latina. Ainda tem muita gente para acessar internet e começar a comprar. E, por isso, quanto mais gente acessando, mais nós vamos crescer.”

Em um ano, segundo ela, o MercadoLivre Publicidade cresceu mais de 200%, depois de um trabalho de afirmação da plataforma como player. Além disso, a concepção de projetos especiais para cada marca faz com que as empresas que ainda não vendem no MercadoLivre sejam possíveis parceiros.

Uma das novidades deste trimestre é a campanha de lançamento do Honda HRV, em parceria com a F/Nazca Saatchi & Saatchi. A forte procura por produtos relacionados ao setor automobilístico e o classificados faz com que as montadoras confiem no target direto oferecido pela companhia, explica Alexandra.

“Fazer publicidade em um site de marketplace é estar em um ambiente em que milhares de compradores estão online, com intenção clara de comprar algum produto. Podemos dizer que o marketplace tem sido visto pelos anunciantes cada vez mais como um veículo de publicidade relevante na hora de definir o destino da verba de mídia”, destaca Alexandra.

MULHERES

As mulheres já são maioria no comércio eletrônico. O dado foi apurado em um estudo recente realizado pelo Forrester Research a pedido do MercadoLivre. De 2011 a 2014, o percentual feminino passou de 56% para 67%, enquanto o dos homens se manteve em 65%. Entre os produtos mais comprados por elas estão Livros (33%), Moda (32%) e Sapatos (30%).

Quase 26% das mulheres, que no MercadoLivre representam 49%  do público (contra 51% dos homens), costumam gastar entre R$ 186 e R$ 460 no período de três meses. O segundo maior grupo (18%) gasta de R$ 461 a R$ 920 no mesmo período, e 16% gastam de R$ 921 a R$ 1.840. Cartão de crédito (66%) e boleto bancário (49%) são as formas preferidas de pagamento do público feminino.

“Podemos fazer uma combinação, por exemplo, de mulheres que navegaram procurando suplementos esportivos, moda fitness e, então, montamos um cluster de audiência e entregamos para a marca, direcionando a campanha”, explica Alexandra.

Tanto as mulheres (62%) quanto os homens (68%) utilizam o desktop como principal equipamento, não só para compras. Em relação a laptops e tablets, a preferência é maior entre as mulheres: laptops respondem por 60% entre elas e 57% entre eles; e o tablet por 35% entre as mulheres contra 33% entre os homens.

“Queremos trazer outras indústrias de bens de consumo e entrar em outros segmentos. Estamos de olho no universo feminino e vamos tentar desmistificar muitas coisas”, ressalta a gerente.