Investimentos publicitários devem ganhar impulso com a retomada do ritmo econômico e realização de eventos esportivos internacionais (Freepik)

A consultoria norte-americana Magna prevê a expansão de 14% no investimento em publicidade global em 2021. O aumento ultrapassa o recorde anterior de 12,5% apurado em 2000. Reino Unido (16,8%), China (16,1%), Brasil e Espanha – cada um com 15,2% – devem registrar os maiores índices, segundo o levantamento realizado há 60 anos.

Estados Unidos permanecerá com a maior fatia do mercado publicitário mundial (40%) e um avanço de 15,1%, a maior taxa de crescimento em 40 anos, alcançando cifra de US$ 259 bilhões. América do Norte (14,9%) e América Latina (14,8%) devem registrar os maiores crescimentos.

O aporte global deve superar o valor de US$ 579 bilhões, atingido em 2020, quando o faturamento recuou2,5% em relação ao ano anterior devido à pandemia da Covid-19. O montante foi de US$ 657 bilhões, o maior valor desde que a Magna começou a fazer esse acompanhamento. Os 70 países monitorados apresentarão crescimento.

Para 2022, a alta deve ser de 6,6% em relação a 2021, incluindo o Brasil entre os países com as taxas mais elevadas. A perspectiva positiva é atribuída à recuperação econômica. Segundo o Fundo Monetário Internacional, o PIB global dee crescer 6,4%, retomando estímulos ao consumo, mercado de trabalho e a reabertura de negócios, favorecendo a compra de mídia por setores como o automotivo, de viagens, de entretenimento e de restaurantes. Os Jogos Olímpicos de Tóquio e a Eurocopa também puxam a retomada, reconectando os consumidores às marcas e movimentando cifras ligadas à cobertura de mídia.

A publicidade digital também alavanca o setor. Com um crescimento de 20% em relação ao ano passado, o segmento deverá responder por 64% do faturamento total, chegando a US$ 419 bilhões. Por outro lado, a publicidade não-digital, que já tinha caído 18% em 2020 em relação ao ano anterior, permanecerá quase estável este ano, com um crescimento de apenas 3%, chegando a 238 bilhões.

A previsão as empresas de mídia tradicional cresçam em escala para competir com os gigantes da mídia digital, além de investir em soluções de publicidade multiplataforma. A união de empresas como Warner Media com a Discovery nos Estados Unidos e das duas principais emissoras francesas, a TF1 e a M6, indicam uma nova onda global de fusões e aquisições.

No comércio eletrônico, o aumento previsto com publicidade é de 20%, o que equivale a um faturamento de US$ 200 bilhões. Já as mídias sociais devem crescer 26%, para US$ 119 bilhões. O destaque é para os anúncios em vídeo, cuja expansão é estimada em 24%, para US$ 57 bilhões.

A previsão é que a receita publicitária dos jornais caia 4% em relação ao ano passado e a das revistas 5%. Já a receita global das TVs deve crescer 3%, para US$ 153 bilhões. Rádio (5%) e a mídia externa (10%) devem combinar as melhores índices.