“A publicidade já mudou e vai mudar de novo, e não será daqui a 10 ou 15 anos, será amanhã”. O pensamento é de Fábio Seidl, brasileiro que atualmente exerce o cargo de vice-presidente de criação da Leo Burnett em Chicago e recebeu este ano do El Ojo de Iberoamérica 2015 o prêmio de “melhor criativo para o mercado americano”, que dividiu com o parceiro e Laurence Klinger, CCO da mesma agência. A Leo Burnett Chicago ainda levou o troféu de melhor desempenho criativo para os Estados Unidos.
Para Seidl, as pessoas não têm mais nenhuma paixão desenfreada por uma determinada marca como as marcas acreditam e tampouco nenhuma admiração exagerada pelos anúncios como os publicitários costumam pensar. “Se as marcas demorarem muito tempo para se planejarem e definirem qual será seus papéis nas vidas das pessoas, o público vai ignorar e passar a utilizar outras marcas. E o interessante de notar essa discussão na América Latina, entendendo que o mercado latino-americano é um diferente em aspectos culturais, quando essa renovação das marcas chegar, e já está chegando, a gente vai precisar da agilidade latino-americana para fazer essa mudança de forma muito rápida”, analisou em entrevista exclusiva ao propmark.
Brasil e Estados Unidos
Seidl destaca o ano de várias conquistas para a agência e as diferenças culturais entre Brasil e Estados Unidos que influenciam o dia a dia de criativos que trabalham ou pretendem trabalhar um dia no mercado norte-americano. “Meu primeiro ano, por exemplo, foi de muita adaptação e estudo para entender como funcionava. Quem quer trabalhar lá tem que ir preparado para encontrar processos longos e detalhados, muitas vezes revisados por advogados. Esse negócio que o brasileiro tem de pegar e fazer acontecer é um pouco diferente por lá”, comenta.