O Publicis Groupe indicou que será “muito difícil” cumprir sua meta de crescimento dos negócios deste ano após registrar uma desaceleração no segundo trimestre, causada em parte pelo fracasso da fusão planejada com o grupo Omnicom em maio. O balanço trimestral do grupo francês foi divulgado nesta terça-feira (22), mesma data em que o conglomerado americano também divulgou dados (leia mais aqui).
O crescimento orgânico de vendas caiu para 0,5% ante 3,3% no primeiro trimestre. O resultado ficou abaixo da meta anual da companhia, de 4%, e aquém das expectativas dos analistas, com o crescimento na América do Norte não sendo suficiente para compensar a fraqueza na Europa e lentidão na China e na Índia.
O Publicis é o terceiro maior grupo de publicidade do mundo, atrás do Omnicom (2º) e do britânico WPP (1º). A associação com a Omnicom criaria o maior grupo de comunicação do mundo, mas o negócio fracassou no início de maio, depois de uma batalha pelo controle da empresa e diante de culturas corporativas divergentes (relembre aqui).
O CEO do Publicis, Maurice Levy, disse que o euro forte também impactou o crescimento da empresa, com efeitos de câmbio cortando 148 milhões de euros da receita do primeiro semestre. O executivo atribuiu o crescimento lento à fusão fracassada. “Houve um efeito negativo, que tínhamos de alguma forma subestimado, de nossa intensa concentração na fusão”, disse Levy. “Mais isso ficou para trás e estamos focados no futuro”, completou.
As vendas da Publicis no segundo trimestre caíram para 1,76 bilhão de euros (US$ 2,5 bilhões), ante 1,79 bilhão de euros um ano antes, e abaixo da estimativa média de analistas de 1,88 bilhão de euros. O lucro operacional do primeiro semestre caiu para 435 milhões de euros ante 460 milhões um ano antes, e a margem operacional da companhia caiu para 13% ante 13,7%. As vendas do primeiro semestre ficaram quase inalteradas em 3,36 bilhões de euros, enquanto o crescimento orgânico foi de 1,8%.
