Pela primeira vez, a Publicis ocupa a segunda posição no ranking de investimento publicitário do Kantar Ibope Media com as 50 maiores agências brasileiras. A empresa presidida por Hugo Rodrigues fechou o período de janeiro a maio deste ano com R$ 1,365 bilhão de faturamento bruto de mídia, encostando na primeira colocada, a Y&R, que faturou R$ 1,556 bilhão. A guinada inédita – no ranking de janeiro de 2017, a agência estava em sexto lugar –, é reflexo da conquista de grandes contas, como a do Carrefour, em 2016, e a do Bradesco, no primeiro trimestre do ano. Para Rodrigues, é também consequência da entrega de um bom trabalho.
No mercado, muita gente comenta o bom momento da agência. Não à toa. Além de ganhar duas das maiores concorrências do mercado em tão pouco tempo, a Publicis conquistou, no último ano, contas dentro da P&G (que já era cliente), como Ariel, Pampers, Aussie e Always, além de Heineken, Bridgestone e Senac SP, cuja conta a empresa ganhou novamente após concorrência.
Rodrigues destaca que uma das estratégias acertadas da Publicis foi apostar na contratação de profissionais de várias áreas, oriundos de anunciantes, agências digitais e consultorias, por exemplo. Segundo ele, desde que assumiu a presidência da agência, no fim de 2014, já contratou 90 pessoas que vieram de agências digitais. “Mais do que seguir uma tendência de digitalização, tivemos a humildade de buscar esses profissionais com conhecimento em outras plataformas, para entregar aos clientes um trabalho mais integrado. Chegamos a esse resultado com clientes que acreditam em planejamento e entrega de comunicação diferenciada”, diz o executivo.
O movimento envolve as próprias lideranças. “Nós fomos a primeira grande agência a colocar um criativo nativo digital no comando, com a contratação de Domenico Massareto (CCO). A própria Miriam Shirley (VP de mídia) tem experiência em bureaus de mídia fora do país. Ela tem vivência de cruzamento de plataformas on e off. Outra coisa forte foi a contratação de Eduardo Lorenzi como VP de planejamento, que aceitou esse desafio”, conta Rodrigues.
Hoje, a maior expectativa do executivo – que faz parte da nova geração de criativos que assumiram a presidência de grandes agências – é atender muito bem os clientes que tem na casa. “Quando eu assumi, jamais coloquei como meta que a Publicis fosse uma das maiores agências do Brasil, mas sim ser uma das agências mais integradas que um cliente pode ter”, afirma ele.
Rodrigues pontua que os desafios que as marcas têm pela frente não param de crescer. “Está cada vez mais difícil reter a atenção do consumidor, criar relacionamento. Hoje temos muitas métricas que às vezes se contradizem. Nosso objetivo é aperfeiçoar cada vez mais a nossa medição de dados para atender nossos clientes da melhor e mais completa forma possível e fazer com que eles continuem alcançando os melhores resultados”, reforça.
PERFORMANCE
Os resultados dos clientes da Publicis são mesmo os melhores no momento. A GM, por exemplo, é líder de vendas há 22 meses no país, sendo que o Onix é o carro mais vendido no mercado brasileiro. Já a Heineken teve lucro acima do esperado no primeiro semestre, com crescimento de 11,8% para 1,81 bilhão de euros. O Carrefour, por sua vez, registrou um lucro líquido de R$ 199 milhões no primeiro trimestre de 2017. “A P&G também teve resultados muito positivos no ano, apesar das dificuldades. Mais importante do que a Publicis estar bem, é ver os nossos clientes caminhando bem em uma das maiores crises do país”, ressalta Rodrigues.