De molho em casa, fazendo um tratamento de saúde daqueles “brabos” que não deixam a gente pôr a cara para fora, estou tentando trabalhar daqui, do lar doce lar – uma verdadeira chatice para um daqueles caras incorrigíveis como eu, que nunca soube viver uma semana longe de sua frente de trabalho, para quem, até aqueles dias de folga do Carnaval, Natal e Ano Novo são um verdadeiro martírio.
Mas o que recompensa hoje é que já dispomos de um ferramental muito mais eficaz do que há 20, 30 anos, quando era tudo na mão, na velha e boa máquina de escrever.
Hoje temos o celular, a internet com toda aquela digitalidade e quando a gente não sabe, vem uma das netas e ensina. “Qual é vô, isso é muito fácil…”.
Tem até um novo nome gostoso de pronunciar para quem trabalha a partir de casa, um tal de “home office”. Atualmente, sou um homem de home office, quem diria…
A tecnologia supera a chatice e principalmente facilita a leitura de tudo o que aparece na mídia impressa, falada e televisada. É tanta coisa que a mídia nos traz, que chega a locupletar a nossa paciência, com toda essa conversa em torno de impeachment, cassações as mais diversas, cadeia para fulano, sicrano e beltrano.
É aí que começam a aparecer publicitários de toda ordem, nomes que nunca ouvimos falar, como Valerios, Santanas e outros, que, no meu modo de entender, nunca foram publicitários, como a mídia os vem tratando e ademais o seu tempo dentro de uma agência ou veículo, pelo que deduzimos do histórico de cada um, pode ter servido apenas para lhes ensinar os primeiros passos de uma profissão que eles mesmos estão enxovalhando com o seu comportamento nada compatível com o verdadeiro ofício de publicitário.
Nada tenho contra esses senhores, afinal, cada qual faz de sua vida o que bem entender. Eles, como tantos outros, só não deveriam ter o direito de vilipendiar uma atividade que sempre foi séria, honesta e acima de tudo ética, como tem sido a propaganda ao longo de muito anos.
Humberto Mendes é vice-presidente executivo da Fenapro