Imagem publicada por Chiquinho em seu Facebook: o início da açãoUma personalidade da alta sociedade paulistana que, do alto de sua excentricidade, resolve enterrar um de seus carros, nada menos que um Bentley avaliado em R$ 800 mil, no quintal de casa. “Assisti a um documentário sobre o Egito Antigo e vi que os grandes faraós enterravam seus pertences de valor para, no outro plano, estar em contato com eles”, teria sido a primeira justificativa do conde Chiquinho Scarpa para o ato, que ganhou enorme destaque na internet e até em mídias tradicionais após publicação de uma imagem em que ele segurava uma pá em frente ao início do buraco e seu automóvel atrás.

Depois de muito buzz, paródias, piadas, desconfiança e até uma coletiva de imprensa, marcada para a manhã desta sexta-feira (20), que atraiu inclusive a transmissão ao vivo de alguns portais, o mistério foi desfeito: trata-se de mais uma campanha publicitária explorando a ilimitada curiosidade do público diante de atos inusitados – especialmente quando há “celebridades” envolvidas. No caso, em questão, ao menos, a causa é nobre. A campanha, idealizada pela Leo Burnett Tailor Made, tem como cliente a ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos), visando incentivar a doação.

O mote da iniciativa, que já tem como primeiro mérito a grande geração de mídia espontânea – inicialmente explorando o fato bizarro do futuro enterro do carro e, agora, com os esclarecimentos – é que, ao falecer, estamos enterrando bens muito mais preciosos do que um carro de luxo. Para evitar o “desperdício”, todos devem avisar seus familiares e se tornar doadores. A ação foi inspirada na Semana de Doação de Órgãos, que acontece entre 23 e 29 de setembro.