A QG Propaganda, a 38ª agência no ranking do Ibope Monitor de janeiro a julho deste ano, com faturamento bruto de mídia de R$ 180.654 milhões, se prepara para estar entre as 20 maiores agências de publicidade do País num período de até três anos. De acordo com Paulo Zoega, sócio-diretor de operações da QG, a meta é perseguida tendo como base mudança nos processos internos, com visão heterogênea focada em inovação.
“Há três anos estamos estruturando essa reformulação. Adotamos processo de trabalho em que todas as lideranças da agência, seja mídia, criação, planejamento, se envolvem diretamente com o cliente. No processo tradicional, o atendimento é responsável por liderar o processo com o cliente. No nosso caso, o processo é desenvolvido simultaneamente, todos os diretores de área atuam no desenvolvimento do projeto diretamente com o cliente, nas diferentes etapas do processo”, explica Zoega.
Para externar esse novo posicionamento, a agência adotou o slogan “Inovação: não fale, faça”. Segundo o executivo, essa visão heterogênea tem trazido vetor de inovação de forma pragmática. “Temos desenvolvido campanhas que de maneira prática integram todas as plataformas. Nossos projetos misturam propaganda, ponto-de-venda, web, relações públicas e outras disciplinas. Para Ovomaltine, por exemplo, criamos projeto integrado na TV, web e iPhone”, contou. Zoega afirma que o resultado pode ser conferido no alto nível de satisfação e aprovação dos clientes, que se reverte em mais investimentos deles na agência. “A partir da abordagem mais ampla, a agência tem obtido mais recursos dos clientes, dando sustentação para o crescimento de 20% a 30%, nos últimos três anos”, comentou o diretor e sócio da QG.
Ele cita o case do biscoito Isabela, da Adria, que a partir de projeto integrado criado pela QG, conseguiu conquistar, no início do ano, liderança de mercado na categoria. Zoega indica que a agência vem testando modelos diferentes e que passou a investir mais na busca de informações transacionais do cliente com as marcas, tentando antecipar como o consumidor se relaciona com elas. Para isso, a agência criou, há cerca de dois meses, o núcleo de inteligência de varejo, para investigar tendências de consumo, em parceria com a Voltage. “Esse núcleo alimenta a agência de novidades, tendências sobre comportamento do consumidor e relacionamento com a marca. Monitoramos mais de 120 sites e portais”, disse ele. Zoega ressalta que a QG vai se turbinar para ficar mais competitiva e estar entre as 20 maiores. “Hoje a QG já tem entrega para brigar no mesmo espaço que as grandes agências. A gente achou um formato para crescer e ganhar posições no ranking”, falou.
A Talent (cuja venda estaria sendo negociada com o Grupo Publicis) tem 60% das ações da QG e Zoega possui 40%. Segundo o executivo, as duas agências são independentes e “caso venha a acontecer uma parceria internacional os clientes só têm a ganhar com isso”. Walmart, Mapfre, Serasa Experian, Ipiranga e Jequiti estão entre os clientes da QG.
por Kelly Dores
