O momento mais intenso de conversações no Facebook acompanha os programas de maior audiência na televisão. Medições internas da rede social apontam que os temas mais comentados dos usuários estão relacionados ao horário nobre da televisão, a programas como novelas e jogos de futebol. “No último capítulo de ‘Avenida Brasil’, por exemplo, monitoramos o que as pessoas diziam e 10 dos 10 termos mais mencionados foram relacionados à novela”, cita Leonardo Tristão, diretor-geral do Facebook no Brasil.
O casamento entre rede social e TV levou a companhia a lançar, na semana passada, uma ferramenta de mensuração das conversas que acontecem no site. A exemplo do Twitter, que tem seu próprio Trending Topics, o Facebook irá oferecer para seus clientes medições sobre o que tem sido conversado na rede, incluindo entretenimento, esportes, futebol e política, acompanhado de informações demográficas sobre os indivíduos. “Criamos uma API para dar visibilidade a que tipo de informações estão fluindo na rede, sem, claro, invadir a privacidade dos usuários”, afirma o executivo.
Ainda não há previsão exata para lançar a ferramenta no Brasil, mas a companhia afirma que seus projetos nesse sentido começam em 2014. “Até agora houve algumas iniciativas pontuais, mas oportunidades de escala estão no ano que vem”.
O Facebook quer investir em segunda tela, fenômeno bem aproveitado em mercados como Estados Unidos e Inglaterra, onde a penetração de dispositivos móveis é alta. No Brasil, com mais de 40 milhões de usuários que acessam o site pelo celular ou tablet, a companhia espera oferecer publicidade por dispositivos, aproveitando a Copa do Mundo, de forma que marcas estejam onde o usuário estiver. “Cerca de 40% dos nossos usuários acessam o Facebook enquanto assistem televisão. Isso abre uma oportunidade durante eventos esportivos, como ajudar as marcas a se conectarem a potenciais clientes. Elas vão poder impactar os consumidores em todos os lugares, da bar ao estádio”, explica Tristão.
A companhia tem 76 milhões de usuários no Brasil, o que faz do país a segunda maior operação dela no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Na América Latina, o Facebook tem outros três escritórios: na Argentina, no México e em Miami, onde está a equipe por contratos pan-regionais. “Essa é uma operação de quase três anos. Eram cerca de 12 milhões de usuários no Brasil no início e hoje somos a segunda operação no mundo”, compara Alexandre Hohagen, diretor do Facebook para a América Latina. O executivo, responsável pelo crescimento do escritório local, irá a partir de agora dar escala ao Facebook em outros países da região.
Crescimento
A empresa tem 65 pessoas no escritório brasileiro e está em expansão. De acordo com Tristão, há 20 vagas abertas para serem preenchidas. Um dos focos da companhia será no desenvolvimento de novos talentos e irá lançar um programa de desenvolvimento de pessoas.
A companhia tem grande foco em pequenas e médias empresas, um dos grupos que mais utilizam comercialmente a rede, e quer contratar novas pessoas para cuidar desse grupo de clientes. “As PME são muito representativas em nosso faturamento. A ideia é ter um manual para elas usarem a rede, parte do programa ‘Rota para o sucesso’”, aponta Tristão.