“Acima de tudo, em qualquer empreendimento, o que as pessoas querem é viver uma experiência diferenciada. A maior preocupação é entreter”. A frase é de Luiz Evandro, designer de inovação e diretor de cena da Volcano Hotmind, para explicar os detalhes que levaram à construção da enorme cúpula que permite ao público mergulhar no futuro Parque da Cidade, projeto da Odebrecht Realizações Imobiliárias com previsão de finalização para 2024. O espaço, de 8 metros de altura e 16 de diâmetro, usa tecnologia inédita no Brasil e recorre a efeitos que simulam a realidade. “Funcionou como um brinquedo da Disney. O setor imobiliário costuma recorrer a maquetes e ambientes decorados e é muito carente de soluções inovadoras”, completa Giancarlo Barone, diretor de estratégia e de cena.
Em um terreno de aproximadamente 80 mil metros quadrados, localizado na zona sul da capital paulista, o Parque da Cidade integra os planos municipais de revitalização da região da Avenida Chucri Zaidan, estabelecidos pela Operação Urbana Água Espraiada da Prefeitura Municipal de São Paulo. O projeto inclui dez edificações e um parque linear de 62 mil metro quadrados, com 22 mil metros quadrados de área verde, e é um dos 18 no mundo eleitos pela Fundação Clinton como parâmetro de desenvolvimento sustentável para as grandes metrópoles.
O empreendimento ainda contará com lojas, restaurantes, playgrounds e ciclovias abertas ao público sete dias por semana, mesmo fora do horário comercial. “A ideia da Odebrecht quando nos procurou era possibilitar ‘o parque dentro da cidade e a cidade dentro do parque’. Criamos uma nave na qual o visitante pode ‘viajar’. As pessoas são posicionadas no centro, sobre uma plataforma vibratória, navegam pelo espaço e aterrissam no parque. É um cinema com projeção mapeada em 360º, 28 projetores e efeitos especiais que simulam ventania, por exemplo. Tudo isso foi resultado de um complexo cálculo matemático”, explica Giancarlo.
Foram três meses de planejamento e desenvolvimento. Desde a implantação, todos os terrenos já foram vendidos. Para Evandro, o resultado reflete o poder de impacto de ações do gênero. “Quando você visita um empreendimento, ou mesmo entra em uma loja, já sabe que algum produto será ‘empurrado’ a você. Projetos desse tipo são capazes de quebrar essa resistência, baixar a guarda das pessoas. Há uma incrível receptividade”, diz. “Vi gente saindo da nave dizendo: ‘Me diverti de graça!’”, completa Giancarlo.
Ambos afirmam que a cúpula abriu portas profissionalmente. “Agora também somos conhecidos no mercado imobiliário e outras empresas já nos procuraram em busca de ideias tão inovadoras quanto essa”, adianta Evandro. A princípio, o projeto ficará em exposição até dezembro, mas o período pode ser estendido.