Nesta quarta-feira (23), comemora-se o Dia Mundial do Livro, data criada pela Unesco para incentivar a leitura
A lista grande e diversa: tem Fernando Sabino, Jorge Amado, Ailton Krenak, Chimamanda Ngozi Adichie, Henry Hazlitt e Yuval Noah Harari.
Tem literatura brasileira, africana e aquelas que rompem as fronteiras geográficas, afinal de contas, o que é a literatura se não uma arte que não aceita barreiras?
Nesta quarta (23), Dia Mundial do Livro, o propmark perguntou aos profissionais do mercado quais são os seus livros de cabeceira.
Luiz Lara, presidente do Cenp, por exemplo, respondeu 'Oswald de Andrade, mau selvagem', obra de Lira Netoque resgata a história de São Paulo, da cultura da cidade, da Semana de Arte de 1922.
Para Tiago Trindade, CEO e fundador da Digital Favela, ‘O perigo de uma história única’, da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. "Uma leitura obrigatória que, em poucas páginas, resume tudo aquilo em que acredito e pratico todos os dias".
Veja a lista com as obras preferidas dos publicitários:
“'Oswald de Andrade, mau selvagem', de Lira Neto. Muito bem escrita, resgata a história de São Paulo, da cultura da nossa cidade, da Semana de Arte de 1922, o Movimento Antropofágico, sua paixão pela Tarsila do Amaral, suas peças, livros e polêmicas, mostrando como a elite se comportava e influenciava o comportamento, as artes, a dança, o teatro, a imprensa e a política." Luiz Lara, presidente do Cenp"Meu livro de cabeceira é 'O Menino no Espelho', do Fernando Sabino. Primeiro, porque a forma como Sabino escreve é uma aula de como construir beleza com palavras e narrativa. Segundo, porque o livro olha para a potência da imaginação e a liberdade do olhar infantil, enquanto o autor relembra memórias da própria infância. É uma obra sobre enxergar o extraordinário naquilo que, à primeira vista, parece super mundano. E gosto de ter esse tipo de inspiração em um livro que não é sobre propaganda, não é nada técnico. Mas que mostra e inspira na pratica sobre algo essencial em nosso trabalho com criatividade - a importância de voltar sempre pra esse olhar que busca o extraordinário no ordinário." Bruna Pastorini, sócia e CSO da Druid“'A Máquina do Caos', de Mark Fisher é um livro que está na minha cabeceira há muitos meses. É um livro denso, que traz o contexto de como as redes sociais se infiltraram tanto no poder nos níveis macro, político e social, mas especialmente difícil pelos casos de terror que mostram o impacto das redes sociais na vida das pessoas. Relembrar toda essa jornada tem sido importante para fazer uma leitura crítica do contexto atual e buscar perspectivas futuras." Agatha Kim, CSO da WMcCann"'Nexus', do Yuval Noah Harari. É um livro que li recentemente e que traz boas provocações atuais sobre o poder que está por trás da gestão da informação na era digital da sociedade. Também busco leituras que aprofundem temas como transformação digital e atitude corporativa. E, finalmente, tenho alguns bons títulos clássicos na cabeceira, que vão desde Maquiavel a Douglas Adams, que vez ou outra dou uma espiada e me ajudam a manter a mente pensativa, estratégica e criativa." Tiago Vargas, CEO Dentsu Brasil“Meu livro de cabeceira é ‘O perigo de uma história única’, da Chimamanda Ngozi Adichie. Uma leitura obrigatória que, em poucas páginas, resume tudo aquilo em que acredito e pratico todos os dias. Como tradutor de territórios, meu papel é justamente esse: abrir espaço para outras histórias, outras vozes, outras narrativas que, historicamente, foram silenciadas ou contadas sempre pelos mesmos. Meu trabalho com criativos e influenciadores de favela é, no fundo, uma resposta. Porque, quando apenas uma história é contada, ela passa a parecer a única verdade possível. E o que a gente faz é desafiar esse padrão. A cada campanha, projeto ou conexão que construo entre marcas e a potência criativa das periferias, estamos rompendo esse ciclo de histórias únicas. Não se trata de dar voz — as vozes sempre estiveram lá. Trata-se de conectar, amplificar e dar escala a essas narrativas. Só assim conseguimos mover estruturas e construir uma comunicação mais verdadeira, diversa e transformadora.” Tiago Trindade, sócio, cofundador e CCO da Digital Favela“Meu livro de cabeceira está sempre mudando, mas ‘Sapiens’ se firmou como uma constante em minha vida. Essa obra impactante, escrita por Yuval Noah Harari, me marcou profundamente ao revelar como tudo o que consideramos natural e evidente é, na verdade, socialmente construído. Harari me instigou a repensar o mundo ao meu redor, a questionar minhas certezas e a enxergar padrões históricos que influenciam o presente. Embora o livro seja denso, a narrativa provoca reflexões constantes, e os capítulos curtos dão um dinamismo que favorece a leitura. Sempre que busco uma nova perspectiva ou uma compreensão mais profunda da humanidade, ‘Sapiens’ retorna à minha cabeceira, servindo como uma fonte inestimável de insights que me ajudam a navegar pelas complexidades da vida moderna.” Michel Issa, CBO da DM9"'A morte e a morte de Quincas Berro D’água', de Jorge Amado, tirou a literatura de um lugar sério e solene que, até então, ela tinha na minha vida. Despertou o redator que existia em mim." Ricardo John, Sócio e ECD da Isla"O livro que está na minha cabeceira há anos — e na minha alma — é 'Escola dos Deuses', do Stefano D'Anna. Ele não é apenas um livro, mas um chamado. Um convite a abandonar desculpas, romper com a mediocridade e assumir o protagonismo total da própria vida. Ele fala de ambição no seu sentido mais nobre: como o impulso divino de quem sonha alto e se responsabiliza por tornar esse sonho realidade. É esse espírito que levo comigo como empreendedora e como criadora na OMZ: acreditar em ideias que parecem impossíveis, inspirar outras pessoas a fazerem o mesmo e construir, todos os dias, uma realidade mais livre, ousada e vitoriosa — começando de dentro pra fora." Mayra Cordeiro, CCO da agência OMZ"Se tem uma coisa que sempre me acompanhou, em diferentes fases da vida, são os livros. Alguns passam rapidinho, outros ficam. E tem aqueles que viram quase um espelho: ajudam a pensar melhor, trabalhar melhor, viver melhor. Tenho dois assim na minha cabeceira — um que é tipo aquele velho amigo que você sempre volta pra conversar, e outro mais recente, que chegou com tudo e já virou referência no dia a dia. O meu livro de cabeceira "de sempre" é 'Economia em Uma Lição', do Henry Hazlitt. Parece denso, né? Mas, na real, é direto, provocador e super atual. Ele fala sobre consequências — algo que aprendi a valorizar muito, principalmente liderando uma adtech num mercado que muda o tempo todo. O livro me ajuda a lembrar que, em qualquer decisão, tem o que a gente vê e o que vem depois — no negócio, na economia e, por que não, na vida. Agora, o livro de cabeceira "do momento" é O Papai é Pop, do Marcos Piangers. Ser pai de dois filhos com idades e fases tão diferentes — um de 26, super independente, e uma menininha de quase 4, curiosa, carinhosa e cheia de energia — é tipo viver dois filmes ao mesmo tempo. Esse livro tem sido um baita companheiro. Não é só sobre ser pai; é sobre estar presente, ouvir mais, deixar o celular de lado e aproveitar o agora. Me faz rir, pensar, e muitas vezes me emociona. Esses dois livros falam de mundos bem diferentes, mas no fundo tocam no mesmo ponto: responsabilidade. Um me puxa pro racional, pro planejamento, pra entender o impacto das escolhas. O outro me leva pro coração, pro tempo de qualidade, pro que realmente importa. Juntos, me lembram todos os dias de tentar ser um pouco melhor — como profissional, como pai, como pessoa." Fabio Sant Anna é Diretor Comercial da N Bids"Meu livro de cabeceira é 'O Ato Criativo: uma forma de ser', do produtor musical Rick Rubin. É um livro que tem me acompanhado nos últimos tempos por sua forma sensível e profunda de explorar o processo criativo — não como algo exclusivo das artes, mas como uma maneira de estar no mundo. Ele diz: 'A capacidade de olhar é a raiz da criatividade. Ver além do comum e mundano e chegar ao que, sem ela, poderia ser invisível'. Essa ideia me move. Estar atenta, exercitar o pensamento plural, buscar referências em diferentes campos e expandir a escuta são atitudes que me ajudam a estar presente com mais lucidez e leveza — tanto no pessoal quanto no profissional. Quem tem essa habilidade certamente encontrará novos caminhos e encaixes para qualquer desafio de forma mais fluida e natural. Este é um livro que não entrega respostas prontas, mas convida à observação constante. É quase como um lembrete diário de que estar aberta, com os sentidos despertos, é o caminho para criar com verdade. Recomendo muito." Fernanda Estrella, head de brand experience e insights da Be mediatech"Meu livro de cabeceira é 'O ato criativo', de Rick Rubin. Ele me ajudou a entender que criar não é só fazer. É pensar, observar, sentir. Antes eu achava que criatividade era sobre executar o tempo todo. Hoje, vejo que muitas vezes a parte mais valiosa do processo criativo acontece antes de qualquer ação: no silêncio, no olhar atento, na conexão com uma ideia ainda crua. Esse livro me ensinou a respeitar esse momento, e a enxergar o pensamento como parte essencial da criação." Marioo, diretor de cena da Corazon Filmes e diretor criativo da Human Studio"Meu livro de cabeceira é o 'A Ética', de Baruch Espinoza. Porque ler A Ética é um empreendimento que demanda tempo, paciência e muitos minutos de vídeos explicativos no youtube - mas vale o esforço! O filósofo holandês nos transporta para um entendimento absolutamente cativante da vida, que é sem julgamentos, sem moralidade, sem pensamentos pré-concebidos. Hoje, muito se fala em ideias que fazem a cabeça explodir e Espinoza já fez isso no século XVII e com muito mais potência (pra usar um termo espinozano) do que os gurus da atualidade." Rodrigo Poersch, CCO da SoWhat" ‘The Innovators’ (Walter Isaacson) me acompanha porque conta, de forma envolvente, a história da computação por meio das grandes inovações tecnológicas e dos personagens que moldaram o mundo como conhecemos hoje. Já li 4 vezes e ele me inspira a seguir explorando novas tecnologias e a manter viva a inquietação criativa. Mais do que uma leitura, é um lembrete constante do impacto que uma ideia — quando bem executada — pode ter no nosso futuro." Paulo Blassioli, CEO e diretor criativo da produtora Not So Impossible"O livro que hoje não sai da minha cabeça (e cabeceira) é 'Futuro Ancestral', do Ailton Krenak. De uma forma poética e ao mesmo tempo muito contundente, ele mostra como nos desconectamos da natureza e propõe essa reflexão: criar um futuro sustentável só será possível se a gente se reencontrar com o nosso passado. Eu também adoro ler com meus filhos e o livro que está sempre presente nas nossas noites é 'O Monstro das Cores', da Anna Llenas. A autora encontrou um jeito super fofo e divertido de ajudar as crianças a reconhecerem e entenderem aquilo que estão sentindo e muita vezes não sabem explicar." Diogo Mono, Associate Creative Director da 35"Pra citar um, vou de 'O estrangeiro', pelo impacto da primeira e das releituras seguintes, em que Camus mostra que a vida não precisa fazer sentido para ser vivida com dignidade. E, na atemporalidade de Meursault, um personagem que não mente nem quando o mundo exige mentira." Leandro Rossi, diretor de contas e novos negócios da agência Crush"Na minha cabeceira não há um livro único. Ali circulam vários gêneros e títulos. Mas posso falar de um livro que me marcou muito na época em que eu ainda era adolescente: "Inteligência Emocional", de Daniel Goleman, que revolucionou a forma como entendemos as emoções e sua relação com o sucesso pessoal e profissional. Uma das principais contribuições do livro é a definição da IE, que envolve a capacidade de reconhecer, compreender e gerenciar nossas próprias emoções, bem como as emoções dos outros. E isso impacta diretamente em todas as nossas relações: da educação à liderança, provando que o desenvolvimento emocional é uma chave vital para o sucesso em um mundo cada vez mais complexo. Acredito que com as lições contidas neste livro, podemos tornar-nos não apenas melhores profissionais, mas também melhores seres humanos." Juliana Lutterbach, produtora-executiva na Dlktsn"Um livro que veio parar na minha cabeceira por acaso e que me deixou muito feliz foi "A Teoria da Bolsa de Ficção", da Ursula K. Le Guin. O ensaio, escrito em 1986, traz um novo olhar sobre a narrativa, onde o mito do Herói não serve como referência, onde o conflito não é o elemento central. A autora usa a analogia da bolsa como um recipiente coletor de palavras, onde outros tipos de histórias são possíveis, histórias do cotidiano, menos mitológicas e mais realistas. Uma visão que amplia nossa compreensão sobre narrativas e abre novas possibilidades para muitas outras formas criativas de contar uma boa história. Recomendo a leitura do ensaio, do prólogo e da nota da tradutora. E, de presente, a edição ainda traz uns postais maravilhosos pra colecionar. Amei esse presente do acaso." Cris Cortez, diretora de Criação da Lápis Raro"'O mapa fantasma' é meu livro favorito porque transborda curiosidade, pensamento científico, questionamento e criatividade. A história acompanha o médico John Snow e o pastor Henry Whitehead, dois personagens improváveis que, juntos, desvendam a origem de uma epidemia de cólera em Londres. Um com dados, o outro com vontade de ajudar — e ambos movidos por uma inquietação genuína diante do mistério. É um lembrete poderoso de que grandes descobertas nascem quando a ciência e a empatia caminham lado a lado." Gustavo Zilles, CPO da agência VOA“Ler 'Outliers' foi uma experiência transformadora para mim. Sempre acreditei que o sucesso vinha puramente de talento ou esforço, mas o Malcolm me mostrou que existem muitos outros fatores invisíveis — como cultura, contexto e até o momento histórico — que moldam nossas trajetórias. Uma parte que me marcou muito foi a regra das 10.000 horas. Entender que a excelência não é fruto de um dom sobrenatural, mas de prática deliberada ao longo do tempo, mudou completamente a minha maneira de enxergar meus próprios objetivos. Outro ponto que me chamou atenção foi como pequenas vantagens acumuladas ao longo da vida — como o mês em que você nasceu ou as oportunidades aparentemente aleatórias que surgem — podem ter um impacto enorme no nosso futuro. O maior aprendizado que tirei de Outliers é que o sucesso nunca é uma jornada solitária. Ele é construído por uma combinação de dedicação pessoal e oportunidades que soubemos reconhecer e aproveitar. Isso me inspira a não apenas trabalhar duro, mas também a criar ambientes melhores para que outras pessoas também possam prosperar. Se você está buscando entender mais profundamente o que realmente impulsiona o sucesso — além dos clichês —, Outliers é leitura obrigatória. Vai expandir sua visão de mundo e te fazer refletir sobre as suas próprias oportunidades e escolhas.” Vinicius Machado, CEO da Sotaq"Sob o ponto de vista corporativo, meu livro de cabeceira é 'Customer Centricity' de Peter Fader. Tive a honra de assistir a uma aula com ele em Harvard, onde absorvi valiosos ensinamentos. O livro me fez compreender que os clientes não são iguais e que, para ter sucesso, é crucial focar no cliente certo, aquele que gera mais valor para o negócio. Essa abordagem transformou minha visão sobre marketing e me levou a desenvolver estratégias mais eficazes, valorizando as relações que impactam positivamente os resultados. Hoje, aplico esses conceitos diariamente, priorizando interações que promovem lucro a longo prazo e oferecem uma experiência personalizada a cada cliente." Amanda Ferracini, country manager da Winclap no Brasil"Meu livro de cabeceira é ‘O Homem que Comeu de Tudo’, de Jeffrey Steingarten. Além do humor e da curiosidade quase obsessiva do autor, o que mais me encanta é a forma como ele revela a importância do contexto — histórico, cultural e até emocional — por trás de cada ingrediente e experiência gastronômica. No Live Marketing, essa atenção aos detalhes e à bagagem simbólica que cada escolha carrega é essencial. Criar conexões verdadeiras com o público exige sensibilidade para entender de onde vêm as pessoas, o que as move e como traduzir isso em experiências autênticas e memoráveis." Marcio Carvalho, CEO da Onze Marketing e Comunicação