Em uma palestra no TEDx Simon Sinek acendeu a luz em uma questão que parecia muito complicada de responder. Afinal de contas, porque a gente faz o que faz? Pense bem, não é como, nem o que e, sim, por que a gente faz o que faz? O autor de “Start with Why” mostra em um simples “Circulo Dourado” que as pessoas compram o porquê fazemos as coisas e não o que fazemos. Isso parece simples e confuso ao mesmo tempo. De fato é.
Fazer perguntas e questionamentos a si mesmo pode ser dolorido. Se dar conta de que estamos construindo nossa carreira ou empresas sem ter um motivo claro (nesse ponto ter lucros é consequência e não propósito) é complicado. Questões que parecem fáceis e que, na verdade, dão um verdadeiro nó em nossos planos.
Certa vez em um curso que reunia diversos CEOs ouvi de um professor algo que ficou na minha cabeça. Ele disse: “Todos vocês aqui são CEO de grandes empresas. Não tenho dúvidas que vocês estão crescendo, subindo os degraus de uma escada chamada sucesso. A grande questão é: vocês sabem se esta é a escada certa pra vocês? Quando chegar lá em cima, talvez seja tarde demais para se dar conta de que não era por esse caminho que vocês gostariam de ir”. Profundo, não?
Um caminho todo mundo tem. A questão é o quanto você sabe o porquê está seguindo este caminho. Em nossa jornada profissional precisamos saber de tudo um pouco, temos responsabilidades, compromissos, metas e mais um monte de coisas que nos consomem. Mas é preciso dedicar tempo e muito – penso – em nossas questões chave. E o propósito é uma delas, com toda certeza.
Recentemente passei por um processo de revisão do porquê da minha empresa. Que desafio! Com pouco mais de 8 anos, crescemos rapidamente, sempre acima da média do mercado, e somos reconhecidos como um excelente lugar para se trabalhar por conta da forma como olhamos o tema gestão de pessoas. Se tudo vai muito bem obrigado, por que parar e investir em uma questão que parece ser óbvia? Pois ela não é. E saber o nosso porquê pode fazer toda a diferença no futuro do negócio.
O mundo não mudou. Ele está mudando e deve seguir assim por muito tempo. Em tempos cada vez mais perecíveis e com tantas opções, as empresas precisam ter muito claro qual é o seu porquê. Ter esse caminho claro, auxilia na tomada de decisões estratégicas e faz com que o mercado hora ou outra perceba que está lidando com uma marca autêntica. Antigamente as empresas poderiam apenas falar que sabiam o que faziam, tempos depois elas precisam mostrar como faziam e hoje elas precisam ser o que fazem.
Essa jornada em busca do porquê é desafiadora, por vezes até desanimadora. Responder questões profundas nos coloca em labirintos que na maioria das vezes preferimos não adentrar, mas não tem jeito. Neste novo mundo que surge a cada dia que passa quem tem mais clareza sobre os seus propósitos tem larga vantagem. E você? Qual é o seu porquê?
Diego Martins é CEO da Acesso