Porter: queremos fazer um trabalho brilhanteChuck Porter, chairman e fundador da norte-americana Crispin Porter+Bogusky, tem uma meta objetiva para o escritório de sua agência no Brasil, mas não descomplicada. “Queremos fazer um trabalho brilhante, que irá desafiar fronteiras e transformar marcas”, diz o executivo, que esteve no país na semana passada para o lançamento oficial da CP+B Brasil.

A agência foi anunciada no início do mês. A premiada dupla André Kassu e Marcos Medeiros, ex-AlmapBBDO, formam a liderança criativa do novo escritório. Vinicius Reis, ex-We, agência especializada em grandes negociações de mídia, responde pela operação. Os executivos também têm participação acionária, com percentual não informado.

Porter, que também é diretor de estratégia do MDC Partners, grupo dono da Crispin, desconversa quando o assunto é metas financeiras. “Não temos nenhum objetivo financeiro. Associamo-nos a Kassu, Medeiros e Reis porque acreditamos que eles são os talentos mais criativos da indústria no Brasil”, explica. “A realidade é essa: há poucas pessoas no mundo capazes de fazer um trabalho de marketing verdadeiramente bom. Tivemos sorte de fazer parceria com eles. E, sem ofensas, não sei se nesse mercado há alguém melhor que os três”, ressaltou durante o lançamento da CP+B Brasil.

A agência ainda não tem clientes fechados. De acordo com Reis, há um alinhamento global em negociação e dois clientes locais para serem anunciados nas próximas semanas. “Ainda há pendências contratuais e não podemos mencionar os acordos. Já perdemos contas com antecipações assim”, afirma. Internacionalmente, a Crispin atende empresas como Bic, Microsoft (Windows Phone e Xbox One), Mini, Hotels.com, Turkish Airlines, Best Buy, Applebee’s, entre outras.

Porter diz que um dos objetivos é integrar suas agências. A CP+B Brasil é o sexto escritório da microrrede no mundo. As outras unidades estão localizadas em Los Angeles, Boulder e Miami (EUA); Londres, no Reino Unido; e Gotemburgo, na Suécia. “Estamos muito animados em engajar nossas agências nos EUA, no Reino Unido e na Escandinávia”, pontua.

Ainda não há uma definição se a operação brasileira penderá mais para execuções tradicionais ou para o digital. Porter, contudo, destaca a atuação da Crispin em digital, um território que tem sido penoso para muitas agências de publicidade. “Temos tecnologia interna e desenvolvemos soluções em digital dentro de casa. Temos entregado projetos interativos em cada canal possível, de aplicativos mobile a videogames, para plataformas realmente integradas”, diz.

Irreverência

A Crispin foi fundada em 1988 e ficou conhecida por campanhas extravagantes e irreverentes para seus clientes. Casos de sucesso vão de “The Subservient Chicken”, para o Burger King, em 2004, a campanhas atuais para o Windows Phone, que zombam de usuários adeptos de marcas como Samsung e Apple. Questionado se o tom atrevido de suas peças não afugenta diretores de marketing, Porter diz que seu papel é conectar marcas com a cultura popular.

“Os clientes nos procuram com um briefing similar: conectar ou reconectar suas marcas com a cultura popular de uma forma que crie fama e gere resultados”, aponta. “Nosso escritório no Brasil irá incorporar esse DNA e é por isso que Kassu, Medeiros e Reis são nossos parceiros perfeitos no Brasil. Meu papel será apenas dar a eles as ferramentas e os recursos necessários para que eles façam o melhor trabalho de suas vidas”.