Enquanto alguns governantes brigam entre si irresponsavelmente sobre a destinação das vacinas, as marcas das mesmas a serem adquiridas pelos cofres públicos e as datas de término da primeira fase da vacinação da população, os nossos hospitais estão repletos de infectados pelo inimigo, com brasileiros sofrendo e morrendo, vítimas não apenas do vírus, mas da tradicional incúria das nossas autoridades, adiando providências que deveriam ter sido tomadas no início da ação do vírus sobre o nosso país.
Já se podia prever que chegando aqui, ele encontraria terreno fértil para se desenvolver e se replicar, como ocorre agora com a série dois do terrível mal.
A população foi mal informada, as campanhas publicitárias oficiais foram poucas e houve uma concentração em alguns poucos veículos da nossa grande mídia (palmas aqui para a Globo).
O país inteiro, através dos seus governantes, esqueceu-se de que estava se iniciando uma guerra que poderia diminuir em muito a totalidade da nossa população.
Todos devemos nos lembrar lá no início da batalha verbal travada entre o presidente da República e o governador de São Paulo, com este calmamente e com sabedoria expondo um plano de ação, que encontrava sérias dificuldades no comportamento do primeiro, desafiando inclusive os cientistas da saúde (não apenas brasileiros), ao não usar as máscaras protetoras, o mínimo que poderia ser feito por Bolsonaro, para dar o exemplo verdadeiro e eficaz a toda a nossa população.
Seu comportamento desafiador deixou muitos brasileiros em dúvida sobre quem tinha razão e isso atingiu em cheio, durante um bom período, parte recalcitrante da nossa população.
Enquanto isso, o vírus, não encontrando unanimidade dentre as autoridades, com relação ao seu desenvolvimento e força de ataque, foi se espalhando cada vez mais, criou a sua segunda geração e quiçá surja uma terceira, mais forte ainda do que as suas antecessoras.
Estamos perdidos? Ainda não. Ainda temos a oportunidade de acordarmos desse pesadelo fantasmagórico em que fomos metidos, mas isso só ocorrerá se todas, absolutamente todas as autoridades deste país, a começar pelo próprio presidente, fizerem um mea culpa e, em vez de se perder tanto tempo com assuntos menores, façam um pacto de união, mesmo que dure até que o grande inimigo seja vencido.
Será vergonhoso se, no futuro, formos classificados pelos que lá viverão como um belo país que se deixou levar por uma briga política, enquanto seu povo travava sem recursos uma imensa guerra contra um inimigo desconhecido e poderoso.
Os historiadores do futuro, talvez até de outros mundos, terão dificuldades para entender e explicar ao que restou do nosso planeta essa batalha entre um estranho vírus e os cidadãos importantes que aqui viveram, perdendo batalha após batalha para um inimigo que deixou de ser visto pelas suas milhares (ou milhões) de vítimas fatais.
Esperamos sinceramente que o fim dessa história, que até aqui parece não ter fim, seja esse. Como não podemos acreditar nisso, nosso apelo é para que o Brasil esqueça por um bom tempo de ser o Brasil de hoje, para se transformar imediatamente no prometido país do futuro, aprendendo com os países mais avançados que a prioridade é sempre a vida.
Neste ponto do Editorial, cabe-nos um apelo às agências de propaganda do país para que, através de campanhas criativas e informativas, esclareçam a população sobre o que deve e o que não deve ser feito neste momento de extrema gravidade em que vivemos. Que hajam peças nessa campanha recomendando a suspensão das batalhas políticas, que nada resolverão se desaparecermos como povo.
Nesta edição do PROPMARK, dentre todo o seu importante conteúdo, destacamos como a pandemia expôs a fragilidade do atendimento ao consumidor, que ainda deixa muito a desejar, tanto nas empresas nacionais como nas internacionais.
Coincidentemente, neste Dia do Consumidor (15), não há o que se comemorar, apesar de alguns poucos avanços.
Especialistas apontam que é necessário investimento em tecnologia e pessoas. Um dos setores mais testados nos últimos 12 meses foi o de telecomunicações. Durante o distanciamento social, que infelizmente ainda permanece, foram suas operadoras solicitadas como nunca e lideram o ranking de reclamações.
Temos de registrar com absoluta alegria para toda a mídia do trade que, segundo informações colhidas dentro da própria Globo, a saída de Eduardo Schaeffer e a condução de Manzar Feres para a Diretoria de Negócios Integrados da emissora aumentará o grau de entendimento entre as partes, algo que vinha se deteriorando ultimamente.
Imperdível a matéria sobre a campanha da Abap Vacina Salva, criada por Mario D’Andrea, com o apoio de entidades científicas. Assim é que se procede nestes momentos que esperamos não voltarem jamais.
Para quem aprecia surpresas e comparações, imperdível a matéria sobre os vencedores do Colunistas Norte-Nordeste 2020, em que a agência Bolero, de Fortaleza, foi eleita de forma categórica como a Agência do Ano.
O competente jornalista William Waack é o autor da frase a seguir, publicada no Estadão de 11/3/21: “Bolsonaro e Lula vão disputar o mesmo eleitorado, num faroeste sem mocinhos”.