Atletas Clippers alinham para o hino nacional com as camisas do avesso: protesto

 

O racismo custou muito caro ao Los Angeles Clippers, equipe da divisão Oeste da NBA. Após o dono da franquia Donald Sterling disparar comentários racistas e pedir para sua namorada “não levar negros para os seus jogos”, segundo escuta do site TMZ, os Clippers passaram por uma profunda reformulação em sua gestão e patrocinadores.

Sterling foi multado em US$ 2,5 milhões, valor máximo permitido pela liga americana, e banido de qualquer relação com a NBA por toda a sua vida. Isso mesmo: o dono da franquia não poderá frequentar treinos, jogos, coletivas, ou qualquer outro evento que tenha relação com o basquete americano.

A NBA ainda afirmou que tentará arranjar um comprador para tirar a franquia das mãos de Sterling, que também teria dito na mesma conversa que “sabia que os jogadores de seu time eram pretos”. “Eu torço por eles, lhes dou comida, e roupas, e casas, e carros. Quem dá isso a eles? Alguém mais?”, afirmou, na conversa interceptada.

O incidente provocou uma enxurrada de comentários negativos e revoltados contra o Los Angeles Clippers. Os atletas da franquia entraram em quadra com o uniforme do avesso na partida contra Golden State Warriors, válida pelos playoffs da competição. Diversas outras equipes fizeram o mesmo em apoio à causa.

E a dor de Sterling também será sentida no bolso: os Clippers perderam diversos patrocínios por conta da declaração racista. Em comunicados oficiais, as marcas afirmaram que o ato do gestor foi “inaceitável”, “ofensivo” e “repreensível”. A seguradora StateFarm paralisou os investimentos na franqueia, bem como a RedBull e Adidas, que suspenderam as atividades de marketing envolvendo a marca dos Clippers. Entre as outras marcas que deixaram o rol de patrocinadores do time estão Mercedes-Benz, Sprint, KIA, Carmax, Amtrack, Virgin America e Chumash Casino. Em 2013, a receita da franquia por meio de patrocínios foi de US$ 128 milhões.

#somostodosmacacos

À esquerda, Neymar posa com banana; à direita, a camisa vendida por Huck

 

Neste fim de semana, na Espanha, um torcedor espanhol arremessou uma banana contra Daniel Alves, em um ato claramente racista. O lateral tomou uma atitude inusitada:  pegou a fruta, descascou e comeu. O ato do brasileiro foi divulgado por todo o mundo, enquanto o torcedor que atirou o objeto foi identificado e banido para sempre dos estádios.

Colega de Alves no Barcelona, Neymar postou uma foto também comendo a fruta e com a hashtag #somostodosmacacos, que se alastrou entre diversas celebridades e formadores de opinião. Apesar de ter gerado buzz positivo nas primeiras horas, a ação foi submetida a duras críticas após a confirmação do envolvimento da Loducca na execução e especialmente após a grife de Luciano Huck ter começado a comercializar uma camiseta com o slogan, vendida a R$ 69,00.