90% da população ouve rádio, de acordo com o infográfico “Pelas Ondas do Rádio”, divulgado pelo Ibope Media. O material traz informações sobre o hábito de consumo de rádio do brasileiro. “O objetivo é contar para o mercado qual a relação do público com o meio de comunicação”, disse Melissa Vogel, diretora-executiva multimídia do Ibope Media.
O número é um reflexo da mobilidade e facilidade do rádio. “Esse número talvez seja semelhante ao de 60 anos atrás, antes da TV e quando internet não passava sequer pela cabeça dos mais delirantes autores de ficção científica. A própria essência do meio favorece o alcance do rádio: como exige apenas um dos sentidos humanos, a audição, permite que o indivíduo possa completar o conteúdo em seu imaginário e desempenhar qualquer tipo de tarefa”, disse Bruno Thys, diretor-geral do Sistema Globo de Rádio.
O vice-presidente das Rádios do Grupo Bandeirantes, Mário Baccei, também destacou o caráter de adaptação do meio. “Diante das novas tecnologias, o rádio sobreviveu muito bem. A internet é um novo meio de distribuir o rádio e ele é o meio de maior adaptação a essa tecnologia”, falou. “O rádio é o veículo mais democrático que existe. Enquanto para os outros meios a internet é um desafio, o rádio tem todas as suas características principais reforçadas pela nova tecnologia”, concordou Sergio Amaral, VP comercial da Jovem Pan.
A pesquisa do Ibope Media apontou que o tempo médio de consumo de rádio por dia é de três horas e 51 minutos. Quanto ao local, as residências são as preferidas. 53% dos ouvintes ouvem rádio em casa, 10% no carro e 5% no trabalho. O horário de maior audiência é às 10h.
18% dos entrevistados costumam ouvir rádio enquanto usam a internet. O consumo simultâneo com TV é de 16%; com jornal, 13% e com revista, 12%. “O rádio é um dos meios que mais conseguiu se adequar às mudanças e é o meio que mais confirma a mobilidade”, falou Melissa.
Quanto ao conteúdo, 70% escutam música no rádio. Dos que ouvem rádio, 50% escutam notícias frequentemente ou às vezes. As preferidas são as locais, com 35%; nacionais, com 28%; e trânsito, com 24%. 55% dos que ouvem rádio confiam no meio para se manter informados. “A grande preferência ainda é pela música, mas as pessoas também querem saber do ambiente em que vivem. O rádio tem grande importância como prestador de serviços”, explicou Melissa. “Temos uma preocupação permanente com a inovação e com a renovação de conteúdo”, contou Baccei.
Para manter o interesse do público e dos anunciantes, as emissoras têm apostado em customização. “Criamos projetos especiais customizados para nossos clientes, com o objetivo de atender demandas não só de mídia, mas de promoção, branding, experimentação de marca e outros”, disse Thys. “Para fidelizar e conquistar anunciantes, ou criamos na grade um projeto ou produto customizado ou fazemos uma rádio inteira para o patrocinador”, explicou Baccei. São do Grupo Bandeirantes as rádios SulAmérica Trânsito e Bradesco Esportes.