O canal da Dia Estúdio soma mais de 395 mil inscritos, mais de 53 milhões de visualizações e diversos projetos com marcas

A Dia Estúdio completou oito anos no dia 7 abril e coleciona diversos projetos, programas e alguns dos maiores canais do Youtube Brasil em seu portfólio. Ao longo dos anos, a produtora conquistou o seu espaço na internet e atraiu a atenção das marcas, que passaram a patrocinar os projetos da Dia Estúdio, como o Corrida das Blogueiras, que contou com a presença da Avon, além da Casa Black Friday, um reality show feito em parceria com o Youtube e com patrocínio da Amazon Brasil.

Por trás dos projetos e de um canal com mais de 395 mil inscritos e mais de 53 milhões de visualizações está Rafael Dias Machado, empresário catarinense de 36 anos e que também vai para as frentes das câmeras em diversos projetos do canal, como o Dia Cast e o Hora do VT.

Como você construiu o relacionamento com as marcas nesses oito anos de Dia Estúdio?
Há oito anos, quando criamos a Dia, nós queríamos ser reconhecidos como uma produtora especializada em Youtube. Era esse o nosso desejo. Nós fomos reconhecidos pelo Youtube, que nos credenciou como uma network, e isso fez com que a gente tivesse vários canais dentro da rede. Nisso, começamos a ter muita audiência e, para as marcas, ter uma empresa que tinha qualidade de produção e, ao mesmo tempo, audiência, era perfeito e a Dia começou a entregar as duas coisas. Tenho orgulho de falar que não temos atendimento ativo, não temos executivos que vão ao mercado vender a Dia. A venda acontece 100% no boca a boca. As pessoas acabam entrando no projeto uma vez, vão gostando e vai acontecendo da forma mais orgânica possível. Foi assim que chegamos nas marcas.

A Dia tem um portfólio muito diverso, inclusivo e muitas marcas vão atrás disso. Como você trabalha isso com as marcas?
Como a gente já faz projetos com esse viés, isso é uma coisa que nós sempre vivemos. É a nossa realidade. Para nós, é muito simples. Automaticamente, as marcas que já se posicionavam, como o Bradesco, Avon, MercadoLivre etc, trabalharam com a gente. Hoje, é fácil para nós vermos qual marca está chegando por interesse ou porque ela quer, de fato, apoiar a causa, um projeto.

Você não é só um empresário que fica atrás da empresa. Estar na frente das câmeras sempre foi uma vontade ou foi acontecendo naturalmente?
Nos quatro primeiros anos da Dia, eu não fazia porque não tinha espaço. Era muito trabalho, a gente tinha que fazer dar certo e o modelo de negócio se provar. Hoje, é muito fácil eu poder ir para as frentes das câmeras porque o negócio já está validado, funciona e a gente sabe que vai ter audiência. Foi uma construção natural, não foi nada muito planejado e pensado, até por um desejo pessoal por querer suprir uma vontade que eu tinha.

E as marcas vão atrás de você, influenciador, para fechar publicidade?Vão também, mas eu evito. Existem alguns segmentos que eu posso falar um pouco mais, mas ainda assim eu acho difícil. A Dia Estúdio trabalha com várias marcas, marcas concorrentes inclusive, então eu, pessoalmente, fazer uma campanha tem muito significado. Acaba que eu evito fazer.

Como foi montar a Casa Black Friday, com a Amazon Brasil?
Foi um grande sonho realizado. Colocar uma live horas no ar por vários dias... Só quem viveu sabe. Ver que a Dia consegue colocar algo daquele tamanho no ar é muito gratificante.

Fico muito feliz de ver o resultado publicitário disso também. É legal ver que não é só um projeto interessante, que faz buzz nas redes, mas que também tem uma conversão de vendas, que as pessoas ficam felizes de terem patrocinado.

E o Corrida das Blogueiras? Como ele foi pensado e como as marcas decidiram entrar no projeto?
O Corrida surgiu dos meninos do Diva Depressão. Levantamos um orçamento para fazer o projeto no Youtube Space do Rio de Janeiro, porque a Dia não tinha estrutura para receber um projeto desse tamanho, e fomos atrás de marcas que quisessem patrocinar o programa. Na época, conseguimos pouquíssimo dinheiro, até porque nós não tínhamos nenhum exemplo para mostrar e nem referência de audiência, mas fizemos a primeira temporada e o primeiro episódio teve 1 milhão de visualizações, em um projeto 100% original, e as marcas perceberam. A partir daí, elas começaram a pedir para patrocinar e hoje temos um sucesso comercial do projeto.

Vocês têm a Thelma, vencedora do BBB20, no time da Dia e ela apresenta o Triangulando. Como surgiu o convite?
A Thelma já tinha um canal no Youtube e ela já conhecia a Dia Estúdio, então quando ela saiu, nós mandamos mensagem para ela e marcamos uma reunião. Quando ela estava dentro do Big Brother Brasil, eu era muito fã dela, votei para ela ganhar e tudo mais.

Dentro da casa, eu já achava que ela fazia esse papel do Triangulando, de escutar todos os lados. Com isso, eu pensei em criar o programa de debate com ela, sem dar palco para maluco, obviamente, e na hora ela topou. A Thelma é muito dedicada, muito estudiosa e ela brilhou no programa.

A Dia está tanto em São Paulo quanto em Florianópolis. Como você divide o seu tempo entre os dois lugares?
Nós abrimos o primeiro escritório de São Paulo em 2018, só que era muito pequeno. Em 2019, nós abrimos o escritório na Bela Cintra, que foi onde fizemos a transmissão da segunda parada LGBTQIA+. Nisso, a minha vida ficou uma grande loucura, porque eu precisava dividir a minha vida entre São Paulo e Florianópolis.
Nós ainda temos a estrutura de Florianópolis, que tem uma equipe de 20 pessoas, mas eu tive que me mudar para São Paulo porque tudo acontece aqui e eu estava muito cansado de não ter uma rotina. Muitos dos influenciadores vieram para São Paulo, os sócios da Dia Estúdio moram em São Paulo, então ficou mais fácil eu vir para cá.

Vocês comandam a live da Parada LGBTQIA+ há bastante tempo. Quais são os planos para a transmissão deste ano?
O projeto ficou muito grande, então nós queremos mostrar o Brasil, não só São Paulo, como nos outros anos. Queremos mostrar mais do que só São Paulo. Esse é um projeto muito importante, inclusive pessoalmente, porque foi através dele que eu falei sobre a minha sexualidade. Nós fomos a primeira empresa que fez uma transmissão audiovisual do evento e conseguimos criar a data na internet, a data do Parada Ao Vivo, que é um projeto que as pessoas assistem para ver o que vai acontecer, para ver os influenciadores e os artistas, além de ser um dia para discutirmos e debatermos pautas que são importantes para a nossa comunidade.

Nesses dois anos de pandemia, a Dia investiu nas lives e criou o Dia Cast. Como surgiu esse projeto?
Os videocast são coisas que eu amo. O DiaCast surgiu de uma vontade de dar espaço para pessoas que não estavam indo nos videocasts que a gente já conhece, como a Katú Mirim, a Amanda Mendes do “To de Crespa”.

Por isso, nós criamos o nosso espaço para conversar com essas pessoas e é uma alegria imensa ver que tem audiência e que as pessoas querem assistir essas entrevistas. Fizemos para criar esse lugar que nós sabíamos que não estava acontecendo e ver que essas pessoas continuam não sendo chamadas para outras entrevistas, mostram que nós estamos no caminho certo. Nós temos muito cuidado com a pauta, sobre o que nós vamos falar, não é aleatório. Eu e a Gabbie sempre conversamos sobre a vida da pessoa antes de entrar no ar. Hoje, as pessoas me param na rua para falar sobre o Dia Cast, é muito legal.