Audiência elevada alavanca audiência. No caso das novelas da Rede Globo do horário da 21h, uma das estrelas do prime time, exerce influência cognitiva no Jornal Nacional e nos folhetins das 18h e 19h. O efeito cascata, porém, transfere responsabilidade à trama que substitui um projeto vitorioso de saída da grade de programação. É o que a emissora espera de Velho Chico, que entra no ar no próximo dia 14 no lugar de A Regra do Jogo, cujo último capítulo está programado para a sexta-feira (11). A novela escrita por João Emmanuel Carneiro, o mesmo de Avenida Brasil, garantiu cerca de 26 pontos de audiência média.

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Boa audiência é sinônimo de qualidade de vendas, afinal é o principal ativo na hora da precificação e para a sedução dos anunciantes prospectados pela equipe comercial da Globo, que tem a liderança do vice-presidente Willy Haas. Porém, mesmo quando os índices são menores, as vendas de espaços publicitários no break da emissora no horário não são afetadas, como atestam especialistas que foram consultados pelo PROPMARK. Há até fila de espera para ter lugar no espaço de exibição dos comerciais desse horário.

Nesta segunda-feira (7), a Rede Globo recebe o mercado para o evento de lançamento de Velho Chico, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. O elenco estará presente na ação de relacionamento, que será precedida pelo seminário Vozes do Velho Chico, cuja ideia “é aprofundar os temas que permeiam a trama e giram em torno da relação entre o homem e o meio ambiente, entre os quais produção sustentável, novas tecnologias no campo, resgate de memória e formação de identidade dos povos sertanejos”. Os convidados são o filósofo Roberto Malvezzi, o jornalista Fernando Gabeira, o psiquiatra Carlos Byington e o vice-presidente da CI-Brasil, Rodrigo Medeiros, que vão debater com pessoas que habitam às margens do majestoso rio.

As gravações de Velho Chico estão movimentando os estados do Rio Grande do Norte, Bahia e Alagoas. A cidade fictícia Grotas de São Francisco marca o início da novela numa ambientação relacionada aos anos 1960 e chega aos tempos hodiernos em modelagem cenográfica no Projac. O elenco é composto por grandes nomes da teledramaturgia, como Antonio Fagundes, Rodrigo Santoro, Domingos Montagner, Tarcísio Meira, Rodrigo Lombardi, Selma Egrei, Camila Pitanga, Carol Castro e Christiane Torloni. Velho Chico é uma novela de Benedito Ruy Barbosa, escrita por Edmara Barbosa e Bruno Luperi, com direção de Luiz Fernando Carvalho.

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“Toda a arquitetura das locações no Nordeste está sendo resgatada, preservando a essência de cada espaço utilizado”, explica Danielly Ramos, que assina a cenografia com Keller Veiga. “Nós aproveitamos azulejos, portas, janelas e até fios e cimento. Foi um trabalho de restauro do que foi vivido à época”, acrescenta Danielly. “Com 10 mil metros quadrados e construída em forma de arena (com 360º), a cidade tem 73 construções, todas com microinteriores e espaços multiuso. Os 12 ambientes principais desta cidade fictícia têm total acabamento interno, com móveis e adornos produzidos pela equipe de produção de arte. “Trouxemos, por exemplo, parte do nosso paisagismo e pau do mato – para os telhados e as cercas – do Nordeste. Isso enriqueceu muito o resultado”, finaliza Danielly.