Após seis anos no comando do game show Mega Senha, uma das principais atrações da grade de programação da Rede TV!, com share de audiência na Grande São Paulo de 6% e média nacional de 3,5%, o acionista e apresentador Marcelo de Carvalho se prepara para lançar, no mês de março, O Céu é o Limite.
A partir de agora, os dois games se revezarão em período bienal. A expectativa é grande. Seis cotas de patrocínio estão sendo comercializadas por R$ 4,892 milhões mensais. A previsão de Carvalho é que o faturamento anual do programa fique próximo dos R$ 60 milhões. Seara, Linha Sidney Oliveira e Ultrafarma já garantiram espaço e as demais estão sendo consolidadas. O formato é da húngara Dot, que o adquiriu de uma produtora da Argentina, mas a comercialização no mercado brasileiro foi intermediada pela Endemol.
Segundo Carvalho, O Céu é o Limite é uma adaptação do nome original italiano L’Eredita, ou, simplesmente, a herança. A fórmula combina conhecimento, sorte, atenção e muita calma. São seis participantes em cena e mais dois personagens famosos. Os competidores eliminados têm a chance de permanecer apontando um rival para uma verdadeira fogueira.
“O palco é redondo, com púlpito giratório 360 graus que me permite observar tudo em tempo real. Cada etapa contempla uma prova diferente. A primeira é um desafio de assuntos verdadeiros e falsos. O participante deve usar sua memória afetiva para não fazer confusão. Depois vem o ABC, em que cada letra contém uma pergunta. Os participantes vão acumulando prêmios em dinheiro. A cada erro, o valor muda de mãos, até o vencedor ser definido. Há um duelo no qual quem erra uma resposta perde a metade do prêmio. Mas pode recuperar na pergunta seguinte. No Mega Senha, quem ganha vai embora com o seu prêmio. Já em O Céu é o Limite, não. Ele permanece como atração do programa. Como gosto de famosos nos meus programas, interferi um pouco no formato original e vamos ter sempre dois artistas atrapalhando a vida dos finalistas”, explica Carvalho.
Antes de formalizar a opção pelo programa, Carvalho se dedicou às pesquisas de formatos da Sony, Freemantle e Endemol até que assistiu aos apresentadores italianos Carlo Conti e Fabrizio Fizzi em ação no L’Eredita, sucesso diário da RAI (Radio e Televisão Italiana). No Brasil será apresentado em dois dias da semana.
“O programa era produzido pela Magnolia, comprada pela Banijay, sociedade das famílias Agnelli (Fiat) e Arnault (LVMH), e é gravado nos estúdios Cinecittà. Nesse momento encerrei a caça ao tesouro. Fiquei convicto de que o público brasileiro iria aprovar. O formato é quente e vivo. Prende a atenção”, destaca Carvalho, que divide o comando da Rede TV! com Amílcare Dalevo Jr., seu sócio há cerca de 20 anos. “Nos completamos. Eu, com origem em vendas, fico mais atento aos negócios. Ele, na parte tecnológica e operações. Mas decidimos tudo de forma conjunta”.
teaser
As chamadas de O Céu é o Limite já estão sendo veiculadas nos intervalos da emissora. Carvalho levou uma equipe ao Cinecittà para fazer as tomadas dos teasers e materiais promocionais. “Consegui um tempo concedido pelos produtores italianos da RAI, com a plateia em ação, para divulgar a atração, que vai movimentar a nossa programação”, disse o apresentador, que fez questão de levar uma equipe de engenheiros e arquitetos para a Itália para que o ambiente e o design original fossem reproduzidos 100% no Brasil.
“O cenário é uma espécie de disco voador. O estúdio que vamos gravar tem 750 metros quadrados, com capacidade para 250 pessoas. Usamos o manual de procedimentos da última versão e seguimos à risca o design, a planta de colometria, que envolve todas as luzes, estrutura de palco e um monitor de LED. O programa usa as mudança de cores para destacar um momento tenso. Nesse caso é o vermelho. Quando um competidor olha para o outro, o ambiente fica amarelo; e quando está tudo bem, a cor azul prevalece”, detalha Carvalho.
O projeto comercial é multiplataforma. Envolve merchandising, mobile, internet e canais digitais. “A procura por merchandising é grande. Falamos com um público fiel e participativo”, observa o apresentador. “O Silvio Santos é um benchmark. Ele é dono, apresentador e não tem medo de fazer mudanças na programação. É uma inspiração. Sou um profissional de televisão há cerca de 30 anos. Comecei na Rede Globo, na equipe do Jorge Adib, com quem aprendi muito”.
Produto
A Rede TV! é composta por 60 emissoras. Seu tripé de programação é jornalismo, esportes e atrações para o público feminino. Se não tem a maior fatia de audiência, usa a qualificação como argumento para manter na grade marcas como Coca-Cola, Dolly e Casas Bahia. Carvalho explica que a chegada do jornalista Boris Casoy para ser âncora do principal telejornal foi uma espécie de upgrade. “O Reynaldo Azevedo trouxe um tom mais crítico”, resume ele, prometendo trazer de volta a apresentadora Adriane Galisteu à grade da Rede TV! ainda este ano.
“A Rede TV! está para as outras emissoras como a Apple está para a IBM. Somos uma empresa vanguardista, mais nova, arrojada e a que mais arrisca. Nosso DNA está sempre na contramão do mercado. Quando ninguém era digital, fomos a primeira a ter tudo digital. Quando o Brasil virou digital, seis meses depois já estávamos transmitindo em HD. O telespectador acessa a nossa programação pelo Google sem custo. E não precisa de wi-fi no Metrô para receber o nosso conteúdo. Quando um canal exibe novela, apresentamos o jornal do Boris. Quando estão no jornalismo, colocamos no ar o TV Fama. O UFC, que só era exibido no Canal Combate, chegou à TV aberta pela Rede TV!. Lançamos formatos, como o Pânico, que era um programa de sucesso no rádio. Depois que saiu daqui, perdeu a mão”, finaliza Carvalho.