Uma pesquisa conduzida pela consultoria global Bain & Company mostra que as marcas não podem mais ignorar as redes sociais, principalmente as empresas que buscam consumidores jovens. Segundo o estudo “Geração #Hashtag e a era dos nativos digitais”, as mídias sociais já se tornaram a primeira fonte de referência para pessoas com faixa de idade entre 15 e 35 anos para diversos produtos. Além disso, consumidores analógicos, acima de 36 anos, também estão aderindo rapidamente aos meios tecnológicos.
No recorte dos dados para o Brasil, por exemplo, 95% dos entrevistados, de todas as idades, afirmaram estar cadastrados em uma rede social, sendo que 66% destes acessam o site mais de duas vezes por dia e 20% ao menos uma vez a cada 24 horas.
No uso de smartphones, 61% dos brasileiros declararam que as redes sociais são o primeiro meio de comunicação acessado pelo equipamento. Nos tablets, a proporção é de 56%.
Os sites de relacionamento são influentes principalmente na hora de buscar recomendações. Até mesmo na categoria livros, por exemplo, as redes sociais foram consideradas a primeira fonte de referência na faixa de 15 a 35 anos, à frente inclusive de críticos e profissionais que analisam os produtos em mídias tradicionais. Para consumidores acima de 36 anos, o grupo críticos e profissionais ainda são os preferidos, mas com pouca diferença (87 a 84).
Quando o assunto é conhecer novos vídeos, músicas e vídeo games, as redes sociais se tornam majoritárias na preferência de todos.
O estudo, que ouviu 7 mil pessoas em 10 países, ainda divide os consumidores mais jovens em dois grupos, de 15 a 25 anos e de 26 a 35, mostrando semelhanças entre os hábitos de cada um. Os mais novos são chamados de “nativos digitais”, enquanto que os jovens “mais maduros” são considerados uma “geração digitalizada”. Já os participantes acima de 36 anos são classificados como “consumidores analógicos”.
Os nativos digitais da “geração #hashtag são os mais abertos e influenciados por conteúdo de sites de relacionamento em todas as categorias analisadas, mas os dados dos consumidores digitalizados e analógicos mostram que a aceitação às recomendações vistas na rede também está alta. Acima de 36 anos, 48% dos entrevistados brasileiros já se informam primeiramente por meio de mídias digitais. Esse número chega a 78% entre gente de 15 a 25 e 70% na faixa etária de 26 a 35 (gráfico).
“As indústrias de conteúdos estão, mais uma vez, enfrentando a necessidade crítica de se adaptar para sobreviver”, diz Frederic Declercq, sócio da Bain & Company.
“À medida que novos modelos sem nenhum legado analógico ganham tração, e com a demanda de geração #hashtag crescendo, o sucesso em longo prazo das empresas de mídia depende da capacidade de reinventar sua abordagem – desde a criação de conteúdo até distribuição e monetização”, completa o executivo da empresa responsável pelo estudo.