Abro o jornal, ligo a TV, o rádio e todos os outros meios de comunicação é só se vê falar em reforma e não é apenas uma delas, mas de muitas outras como a da Previdência que muita gente quer distância, pelas razões exaustivamente explicitadas por cada um de nós.
Esta não é reforma, mas fala-se de um novo jeito de demarcar as terras indígenas através de um trabalho de fazendeiros e latifundiários do Ministério da Agricultura, onde tudo indica que desta vez querem acabar com os nossos já combalidos indígenas, como fizeram nos Estados Unidos, os generais Custer e Sheridan.
Fala-se muito em reforma tributária que mesmo com todos os absurdos que ela permite na prática, ainda é o que temos de menos ruim para a economia do país. Talvez um imposto único, honestamente aplicado por todos, poderia ser a solução ideal contra a roubalheira e corrupção que vem assolando o país e não é de hoje.
Voltaram a falar em armar o povo, esquecendo-se os defensores desse velho crime, que as armas de um cidadão são o seu caráter ético, o respeito aos princípios e direitos fundamentais do ser humano.
Fala-se também em reforma ideológica, para tentar impor a todos um mesmo e anacrônico jeito de pensar. Fala-se em muitas outras reformas, mas infelizmente, raramente, alguém tem coragem de falar em reforma na educação, na saúde, na segurança, ninguém fala numa reforma que mesmo sem querer bancar a palmatória do mundo, eu ousaria enfatizar que é a reforma que mais precisamos para fazer um país digno de ter bons filhos. Uma reforma moral. Esta sim, traria no seu bojo todas as reformas de que mais precisamos.
Vamos discutir um pouco mais essa reforma onde estivermos? Seja num centro espírita, numa igreja, na escola, nas reuniões familiares, no trabalho, no restaurante, no metrô, tendo como base o princípio ditado pelo mestre Jesus: não faça para o outro, aquilo que não gostaria que fizessem por você?
Humberto Mendes é VP executivo da Fenapro (Federação Nacional das Agências de Propaganda).