A DM9DDB reuniu amigos e clientes para um bate-papo descontraído com Regina Casé e o antropólogo Hermano Viana, criador do programa “Esquenta!”, da Rede Globo, na capital paulista, na manhã desta terça-feira (8). Parte do projeto Campus 9, o evento buscou ampliar horizontes dos profissionais de comunicação, lembrando que ideias pré-estabelecidas e preconceitos apenas atravancam os processos.

“Embora a DM9 seja uma marca reconhecida internacionalmente, o que gostamos mesmo é de falar sobre o Brasil. Estudos que temos feito mostram que o país está cada vez maior. As pessoas querem cada vez mais fazer parte, tendo mais acesso à informação, à cultura e aos lugares. Educação não é apenas um direito. Agora, é também uma missão. É esse o cenário que nos serve de guia”, declarou Laura Chiavone, vice-presidente de planejamento da agência, ao apresentar os convidados especiais.

Companheiro de Regina na TV, Viana contou como os dois se conheceram. “Eu era fã dela desde os tempos de Asdrúbal Trouxe o Trombone (grupo de teatro que revolucionou o jeito de fazer comédia nos anos 70). Quem viveu aquela época, sabe que seguíamos a trupe como um fã de banda seguia os músicos em turnê. Em 1988, lancei ‘O Mundo Funk Carioca’. A Regina leu o livro, quando ainda fazia a ‘TV Pirata’, e adorou. Nossa parceria começou aí”, lembrou. De lá para cá, os dois estiveram juntos no “Programa Legal”, “Brasil Legal”, “Central da Periferia” e “Esquenta!”.

O autor salienta que se interessou pelo funk quando buscava manifestações vanguardistas. O olhar crítico perante movimentos do gênero só acrescentou valor aos futuros trabalhos. “Tanto tempo passou e ainda há os que têm medo, os que acham que funkeiro é bandido. Esse novo nicho, o da ostentação, expõe também o interesse de conhecer coisas que, até pouco tempo, estavam distantes da realidade deles”, completou Regina.

Para encurtar as distâncias entre universos que parecem muito díspares, a apresentadora recorreu a exemplos do seu cotidiano. “Frequento o Celeiro, que é um restaurante pequeno e delicioso, no Leblon (o local costuma ser point de celebridades). Sempre que apareço por lá, vem alguém me perguntar quando terei novamente gente como o Arlindo Cruz no programa. Certa vez, convidamos a Fernanda Montenegro. Ela recitou um poema do Murilo Mendes (escritor mineiro) – e foi pico de audiência. Esses dias, fui a um evento da amfAR (The Foundation for AIDS Research), repleto de empresários, e só me perguntavam quando começa a nova temporada do ‘Esquenta!’, comumente considerado popular demais. Apesar de tudo isso, todo mundo acha que a TV é ‘bagaceira’. Ainda rola muito preconceito”.

Para Regina, a maior tendência em comunicação é oferecer o que escapa ao óbvio, fugir de ‘achismos’ que supõem aceitações por este ou aquele grupo. “Nosso slogan tem sido o que Gilberto Gil já afirmou: ‘O povo sabe o que quer, mas o povo também quer o que não sabe’ (trecho da música ‘Rep’). Somos pós-classe C, já ultrapassamos isso”, finalizou.

Ao final da apresentação, Alcir Gomes Leite, copresidente da DM9DDB ao lado de Paulo Queiroz, lembrou: “Uma das nossas últimas campanhas de maior sucesso foi também a mais simples”. Queiroz completa: “Um encontro como esse é o que chamamos de cocriação”.