Depois de 35 anos dedicados à cobertura esportiva na Globo, Tino Marcos decidiu que está na hora de deixar a reportagem.
Foram seis Jogos Olímpicos, oito Copas do Mundo, 30 anos cobrindo a Seleção Brasileira, viagens pelo mundo e muitas histórias contadas. O profissional deixará a empresa no final de fevereiro.
“Nesses anos todos eu fiz tudo. Não tem lacuna. Fui a Pan-Americano, Sul-Americano… Tudo. A palavra mais forte de tudo é gratidão. Gratidão à vida por ter me permitido… Por eu ter podido fazer aquilo que, para mim, sempre foi uma diversão. Sempre sonhei com uma despedida da Globo alegre, leve. Me preparei para isso gradativamente. Tive a cumplicidade total da direção na condução desse tipo de modelo”, explica Tino Marcos.
“A pandemia é uma variável decisiva nesse processo. Tornou inviável o modelo de trabalho que eu vinha tendo, voltado para matérias com mais fôlego, séries, grandes produções. Isso se resumiu muito. E tem todo um contexto. Minha filha se formando na faculdade, minha esposa se aposentando esse ano, eu perdi os meus pais. A vida, 2021, está me trazendo muitas novidades. Por agora é isso aí. Viver essa pandemia, ficar em casa o máximo que eu posso. O que eu gosto mesmo é de produzir conteúdo, contar histórias”, relata.
Em julho, vai ao ar seu último projeto como repórter: uma série olímpica no ‘Jornal Nacional’.
“Para o futuro, as portas da Globo continuarão abertas para parcerias em novos formatos com Tino Marcos”, diz a emissora em nota.
Relembre momentos marcantes do repórter:
Vanderlei Cordeiro de Lima
Vanderlei Cordeiro de Lima conquistou a medalha de bronze na maratona dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Porém, foi atacado por um padre antes de cruzar a linha de chegada. O atleta deu sua primeira entrevista após o ocorrido para Tino Marcos. “Vanderlei veio na nossa direção quando terminou, se ajoelhou, chorou. Fizemos uma entrevista exclusiva ali”, conta o jornalista.
O Tetra
Tino Marcos foi o primeiro a entrevistar Romário após o tetra da Seleção Brasileira. O repórter entrou disfarçado em campo – à época, a Fifa proibia a presença – e conseguiu colher depoimentos dos campeões.
(ouça em 2:55:30)
O Penta
Tino também fez história ao cobrir o pentacampeonato brasileiro em 2002, na Copa do Mundo Japão/Coreia.