Fundador da D+3 Produções conta sobre sua trajetória e revela detalhes de próximos projetos
Em maio de 2024, em São Paulo; e em junho no Rio de Janeiro; o Vibra Open Air retoma a agenda cultural sob a organização da D+3, do empresário Renato Byington, que ressalta a importância do patrocínio para a formalização de eventos culturais.
Em entrevista ao propmark, Byington compartilhou sobre sua trajetória, discutindo a durabilidade contínua e crescente do Open Air tanto por parte do público quanto dos parceiros. Além disso, ofereceu detalhes sobre os próximos projetos.
Leia a entrevista completa:
O que e como mudou a relação entre idealizadores e realizadores com marcas parceiras nesses mais de 20 anos?
Eu diria que começo a ver mais sutileza em parte do mercado. Algumas marcas já consideram que uma boa ativação não precisa necessariamente ter a marca estourada, imensa, para ser marcante. Antes era tudo mais explícito, mais óbvio e, na minha visão, em alguns casos, menos eficiente.
Radical foi a mudança na forma de comunicar, através das redes sociais e canais online. Hoje não existe quem não se preocupe com a visibilidade online que sua marca vai alcançar, já é o óbvio. O que me agrada bastante é ver o real compromisso de algumas ações, e cada vez mais ações, com a inclusão e a diversidade. É tão melhor encontrar um evento com público diverso, tratamento inclusivo e respeito às pessoas. Isso é coisa nova no Brasil.
O que faz de um evento em um formato como Open Air ser tão longevo?
O inegável retorno para as marcas patrocinadoras somado à alta qualidade da experiência do público é o que garante a renovação dos contratos de patrocínio do nosso evento.
Atrair, fidelizar e gerar receita são 3 pilares básicos para qualquer empresa. O Open Air é muito eficiente ao aproximar o público da marca e, sendo uma vivência que gera confiança nas pessoas, colabora diretamente com essas metas. Nas pesquisas que realizamos nos eventos temos mais de 90% de resultados bom ou muito bom para as avaliações feitas.
Quais seriam os diferenciais da D+3 Produções?
O compromisso da D+3 com a qualidade da experiência do público e a forma como será feita a aproximação com a marca são as nossas preocupações centrais. A gente se dedica durante meses a planejar cada detalhe, sempre pensando com a cabeça do público e de mãos dadas com a marca. Para isso, somos uma empresa pequena, focada e dedicada a poucos eventos por ano.
Diferente de outros formatos que vocês produzem, o Open Air não tem nada parecido no mercado nacional. Qual seria a explicação?
Primeiro, a forma como nos relacionamos com o projeto. É dedicação total e o público sente isso. Somos honestos e transparentes em tudo com nosso público. A mesma coisa com nossos patrocinadores: tudo é falado às claras. As soluções e os problemas. Dessa forma conquistamos a confiança das pessoas e das marcas.
Outro ponto é, sem dúvida, a tela de cinema gigante e única: ela tem 325m2 de área, o que equivale a uma quadra de tênis. E tem a altura de um edifício de 4 andares. É a melhor experiência audiovisual que se pode ter.
Mas o principal mesmo é o formato da programação, que reúne cinema, música, gastronomia, interação entre pessoas, um lugar charmoso e confortável, um lineup de shows que surpreende e uma lista de filmes que ao mesmo tempo traz novidades e clássicos que são revistos e resignificados a cada edição.
E tudo isso a um preço justo e acessível para uma grande parcela das pessoas.
Quais os desafios para quem toca um projeto como esse para se manter atual e relevantes, sem cair no mais do mesmo, que é o que já garante público e parceiros?
A cada noite no Open Air é contada um estória. Cada sessão tem um público diferente e nós criamos uma estória para cada público.
Nesta edição realizada em outubro no Rio de Janeiro exibimos o filme "O Fabuloso destino de Amelie Poulain", lançado em 2001. O filme faz uma brincadeira com um gnomo de jardim que é levado por uma aeromoça em viagem e faz fotografias em pontos turísticos ao redor do mundo.
Após a sessão, enquanto o público curtia a noite no Jockey Clube, algumas pessoas notaram que o mesmo gnomo estava junto do bar e tiravam fotos com ele, assim como no filme. Para onde se olha é possível encontrar novidades, basta conseguir enxergar. Essa brincadeira que fizemos no evento com o Gnomo, gerando mais do que apenas uma ótima photo opportunity, teve um importante efeito de surpreender e conquistar.
Assim, o Open Air, que acontece durante 15 dias ao longo de 3 semanas, é na verdade composto por 15 eventos diferentes. Juntar o argumento de um filme, com a motivação de um show e ainda temperar isso com intervenções que falam ao filme: isso é o Vibra Open Air.
Como o pós-pandemia tem se refletido em relação às marcas e ao público, que vem esgotando vários eventos pelo país?
O pós pandemia trouxe muita demanda, mas junto vieram aumentos de custo de produção imensos. Os valores de patrocínio e de investimento em ativações precisam ser ajustado pra cima, e isso nunca é fácil.
Como os eventos em outubro de 2023 já voltaram mais ou menos ao ritmo de antes da pandemia, mais relevante neste momento me parece a necessidade que o público manifesta de ser tratado com respeito. Está todo mundo cansado de ser desprezado por produtos, serviços ou empresas que não entregam o que vendem. Quando você entrega o que promete, o resultado é fortíssimo e fideliza. É impressionante o nível de engajamento que o Vibra Open Air tem nas redes sociais, com praticamente zero haters no nosso radar.
Já tem datas e locais para as próximas edições?
Sim ! O Open Air volta a São Paulo em maio de 2023 e ao Rio de Janeiro em junho.
Quais projetos programados para 2024?
Além do Vibra Open Air vamos realizar o ARTE CORE, evento de artes visuais + música + skate que acontece no MAM – Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. É outra paixão que a D+3 Produções realiza já há 10 anos em parceria com a Homegrown.
Mas a grande novidade será a realização de um evento de games usando a tela do Open Air. Aguardem....
