Kachar: previsão de crescimento do mercado de revistas para 2013 está na ordem de 5%

 

A retomada do crescimento do meio revista é a principal meta para 2013 para a Aner (Associação Nacional dos Editores de Revistas), de acordo com o presidente da entidade e diretor geral da Editora Globo, Frederic Kachar. Segundo o executivo, 2012 foi um ano bastante desafiador para o mercado, de uma forma geral, muito por conta de uma clara retração dos investimentos publicitários. Para ele, as empresas deram um peso maior para o varejo — por conta da desaceleração da economia e da necessidade de vender mais — e deixaram um pouco de lado as estratégias para construção de marcas.

Kachar acredita que, por conta disso, houve uma retração que girou entre 3% e 5%. Para 2013, o executivo está otimista e prevê um crescimento na ordem de 5%. Ele disse que deve acontecer uma  retomada desses investimentos, já que os anunciantes não podem deixar suas marcas de lado por muito tempo.

O executivo, que assumiu o cargo de presidente da entidade no final do ano passado, contou que já está trabalhando para desenvolver ferramentas que consigam medir de forma tangível o retorno que o meio traz para o mercado e, assim, diminuir a possível migração das verbas para outras mídias.

Como ponto positivo de 2012, Kachar destacou a evolução da digitalização das publicações. Ele lembrou que todas as publicações avançaram e estão encarando esse novo processo como um negócio de marca. “As editoras entenderam a importância de disponibilizar seu conteúdo para o leitor e fazer com que ele não fique restrito apenas ao papel”.

O presidente executivo da Abril Mídia, Jairo Leal, também ressaltou as  dificuldades ocasionadas por um crescimento econômico que não aconteceu, como todos esperavam. “Nós trabalhávamos com um PIB pelo menos 3% maior e acabamos o ano em torno de 1%”. Ele concorda que essa desaceleração empurrou muitos setores para promoções no varejo, para ofertas de ocasião e menos para a construção e fortalecimento de marcas.

Leal também lembrou que foi um ano com movimentos atípicos. “Empresas que tiveram aumento de faturamento de publicidade em contrapartida viram a audiência média cair. Outras que mantiveram a circulação e até aumentaram a penetração, segundo o Marplan, como aconteceu com a Abril, receberam uma parte menor da publicidade”.

O executivo ressaltou ainda que a experiência de 2012 ensina a ter um otimismo realista, monitorando constantemente os sinais emitidos pelo mercado. “Para nós, a produtividade sempre será o maior desafio. O objetivo é fazer mais, entregar melhor, com custos e rentabilidade compatíveis. Também, como todos, estamos em busca da monetização relevante no digital”.

O presidente executivo da Editora 3, Caco Alzugaray, por sua vez,  reforçou que o mercado vem passando por um momento desafiador e que deve continuar na mesma linha este ano. Ele acredita que serão períodos difíceis, mas com excelentes oportunidades para quem conseguir aproveitar. Alzugaray lembrou que esse cenário é reflexo de um ano apático, da macroeconomia do país, com crescimento baixíssimo.

O executivo disse também que o meio está passando por um momento de transformação, em que as publicações estão deixando de ser puramente impressa para se digitalizar. “É exatamente nessa situação de definição dos novos caminhos, que quem está perseguindo as lideranças de mercado, como é nosso caso, tem as maiores oportunidades”.

Já o presidente do IVC (Instituto Verificador de Circulação), Pedro Martins Silva, destacou que 2012 foi um ano ativo em termos de lançamento de edições digitais e aplicativos. Ele disse que, no ano passado, a circulação se manteve estável, mas daqui para frente deve ocorrer uma migração da edição impressa para a digital, principalmente, nas vendas avulsas, pela própria facilidade e praticidade. “A meta principal das editoras é fidelizar o leitor dentro de um novo ambiente”, ressaltou Silva.