Com as produções de fotos editoriais suspensas por conta da Covid-19, a revista Glamour, da Editora Globo, selecionou três artistas para ilustrarem a capa de sua próxima edição. Sob o tema ‘Reflexões sobre o futuro e o desejo de um amanhã feliz’, a publicação traz três opções de arte aos leitores. Esta é a primeira vez que a Glamour publica capas sem personagens, apenas com desenhos e frases conceituais.
“Desde que começamos a pensar na pauta da edição de maio/junho sabíamos que enfrentaríamos grandes desafios, não só por produzi-la 100% remotamente e sem produção de fotos, mas principalmente porque o momento exige muita reflexão, cuidado e empatia. Esta é a primeira vez, em 8 anos de Glamour Brasil, que não colocamos uma pessoa na capa. Em vez disso, demos voz a três jovens e engajadas artistas para imaginarem e criarem o futuro através de suas artes. O resultado, modéstia à parte, é lindo, poético, digno de colecionador. Além disso, esta também é a primeira vez que não clicamos nenhum editorial de moda, beleza ou qualquer outra foto – todas as imagens ou foram feitas anteriormente, ou compradas de bancos, ou clicadas pelas próprias personagens, ou são belas ilustrações. Decidimos abraçar o desconhecido, inovar e fazer história”, diz Alline Cury, diretora de conteúdo da Glamour.
Entre as escolhidas, Verena Smit, ilustradora e colaboradora da Gucci, que criou uma capa em branco com a frase ‘O crescer vem depois da escuridão’, com o objetivo de inspirar os leitores a respeitar os ciclos naturais durante e pós pandemia.
A segunda artista selecionada foi a Thais Silva, de 19 anos, que ilustrou uma colagem afrofuturista em uma das capas, celebrando a cultura negra e inspirada pelo seu desejo de um Brasil com mais representatividade.
Já Priscila Barbosa, a paulistana que envolve o feminismo e o seu engajamento político-social em suas obras, ilustrou a terceira capa inspirada na força e poesia que viu na marcha das mulheres no Chile. O desenho retrata duas mulheres nuas, com os rostos cobertos e lutando pelo futuro.