“Qual moda para qual mundo?” foi tema do desafio que norteou a colaboração

Unidos pelo 1º Desafio do Instituto Casa de Criadores, Fernanda Lima, Francceska Jovito, Gabrielle Silva, Geremias Marins e Hector Luquini se juntaram para a criar uma das coleções mais importantes de suas carreiras como estilistas.

Os jovens de 20 a 33 anos, de diferentes locais do Brasil e com muitas referências estéticas das periferias do Brasil, tiveram seu talento potencializado e abraçado por Riachuelo. Assim, surgiu a coleção CRIA, que foi apresentada na última edição da Casa de Criadores, principal evento dedicado à moda autoral brasileira e também lançador de novos talentos.

O desafio

Francceska Jovito e Gabrielle Silva, que se interessam por moda desde crianças, contam que o desafio foi proposto ao final de um curso no Instituto Casa de Criadores. Dentre 300 alunos, os cinco - que hoje compõem o CRIA - foram selecionados como um subgrupo e se conectaram através do mesmo propósito: comunicar uma moda de cria.

"Uma coisa que estava muito latente em nós era passar a ideia de uma moda de cria, ou seja, uma moda de rua mas que abordasse todas as referências que temos de favela e periferia - que são diversas para cada região do Brasil", destacou Francceska Jovito.

Da esquerda para direita: Francceska Jovito, Fernanda Lima, Geremias Marins, Gabrielle Silva e Hector Luquini (Foto: Divulgação)

Gabrielle Silva falou com gratidão que o Instituto Riachuelo deu uma oportunidade para eles de conhecer novas pessoas, com propostas, linguagens, referências e estéticas diversas. "Esse momento em que a gente participou do curso foi um momento de muita troca, isso trouxe um fortalecimento para dentro do nosso grupo, para linguagem que estávamos propondo e para todo o conceito da coleção", disse a estilista mineira.

O papel da Riachuelo

"Como uma empresa 100% brasileira, queremos cada vez mais dar espaço para novos talentos que consigam trazer em suas criações um toque de brasilidade, de consciência cultural, de classe e de gênero, que são valores e princípios que vão de encontro com nosso propósito de ser uma marca mais diversa e inclusiva, que fomenta a representatividade para além da expressão individual. E Fernanda, Francceska, Gabrielle, Geremias e Hector fazem parte do futuro da moda que nós, da Riachuelo, gostaríamos de contribuir", explicou Marcella Kanner, head de comunicação corporativa e marca da Riachuelo e diretora de comunicação do Instituto Riachuelo.

Com este propóstio em mente, a Riachuelo proporcionou todo o suporte necessário - desde materiais até viés para realizar a campanha da coleção -, dando a oportunidade dos estilistas tirarem sua ideia do papel. "No fim, é sobre dar oportunidade para quem tem talento e construir um futuro mais plural", completou Kanner.

Com CRIA, a Riachuelo tem aberto caminhos para talentos até então pouco representados na indústria, proporcionando uma vitrine exclusiva para suas criações. Ao romper barreiras, a marca junto ao Instituto Casa de Criadores não apenas oferece suporte financeiro, mas também promove capacitação e mentoria especializada, preparando esses criadores para o cenário da moda profissional.

Essa iniciativa abrangente e inclusiva não só impulsiona a carreira dos estilistas periféricos, mas também enriquece a indústria da moda com perspectivas plurais, contribuindo para a valorização da identidade cultural e da expressão artística desses talentosos jovens.

Inclusão e representatividade na moda

"O curso abriu espaço para outras pessoas pretas, periféricas, trans e todas as pessoas que queriam fazer moda. Tivemos aulas também com professores pretos, foi um ganho enorme pois saímos de um fluxo intenso de 6 meses de aula com muitas borbulhas e vontade de criar", falou Francceska Jovito.

A fala da estilista exemplifica a importância da representatividade e inclusão dentro da indústria da moda. Ao incluir profissionais de diferentes origens, culturas e perspectivas, as marcas não apenas abrem portas para talentos diversos, mas também garantem que suas criações atinjam um público diverso.

Além disso, fazer uma coleção com estilistas pretos, com foco na favela, contribui para romper estereótipos e ampliar a representação de minorias na indústria, promovendo uma mudança positiva tanto na moda quanto na sociedade como um todo. Ou seja, muito além do âmbito comercial, CRIA se tornou uma poderosas forma de enxergar uma moda mais inclusiva e alinhada com o propósito de cada estilista.

"Antes de mais nada moda é sobre gente, a roupa pela roupa não existe sem a pessoa que a fez, que a pensou, que a costurou e a vestiu. Toda vez que a gente pensa moda para pessoas, damos voz, lugar e espaço para essas pessoas e para essas histórias, aí, sim, a moda faz sentido", comentou Gabrielle Silva.

Hector Luquini (Foto: Divulgação)

Com CRIA, surge um espaço de afirmação de identidade e de visibilidade para comunidades historicamente sub-representadas. Esses jovens encontram na moda uma poderosa ferramenta para expressar sua cultura, história e experiências únicas, reforçando sua autoestima e autoconfiança.

A campanha

Como marca, Riachuelo contou que a collab foi pensada para todas as pessoas. "O grande objetivo é que as peças gerem identificação e nossos consumidores se sintam representados por elas. Pretendemos atingir o maior número de pessoas, seguindo a premissa de entregarmos uma moda mais acessível", afirmou Marcella Kanner.

A campanha da collab CRIA é 100% digital e é focada, principalmente, no Instagram, TikTok e Pinterest. Os canais foram utilizados para apresentar o projeto como um todo, além da história por trás de cada designer e peça, reforçando também o protagonismo do produto, os atributos de moda e os detalhes das matérias-primas utilizadas na coleção.

Legado CRIA

Para lançar (e comemorar) a criação de CRIA, foi realizado um desfile na última edição da Casa de Criadores. Marcella Kanner expressou que a ideia central do desfile era era trazer mais representatividade na moda, partindo do viés da consciência e expressão social, com camisetas oversized, moletons, calças cargo e wide leg, croppeds, coletes, macacões, parkas, jaquetas e vestidos, que dão vida a uma narrativa que preza pela versatilidade e conforto, propondo também a valorização do estilo urbano.

"Um dos pontos que levantamos no início da criação é que a gente queria se perceber dentro da vitrine Riachuelo. Agora indo nas lojas e vendo toda a coleção, estamos de fato no local e muitas pessoas estão se sentindo parte disso", concluiu Francceska.

Ao se verem representados nas passarelas e nas vitrines, os jovens criadores se tornam exemplos inspiradores para outros jovens de suas comunidades, estimulando o desenvolvimento de novos talentos e fomentando uma mudança positiva nas perspectivas da juventude negra e periférica.

CRIA deixa um legado não apenas com uma bela coleção, mas com um empoderamento que não apenas impacta suas carreiras individuais, mas também contribui para a construção de uma sociedade mais justa, onde todos têm a oportunidade de brilhar.